A nova diretoria do Flamengo tenta equilibrar as finanças do clube para não ter penhoras de suas receitas e, por consequência, atrasar salários dos jogadores e funcionários. Nesta quinta-feira, o clube anunciou o pagamento de R$ 8 milhões pendentes em impostos ao Programa de Recuperação Fiscal (Refis) e à Timemania, dívidas provenientes de parcelamentos anteriores.
Segundo a nova direção, a dívida não havia sido paga pela administração de Patrícia Amorim, que se despediu da presidência do clube no final de dezembro.
"Nós temos que resgatar a imagem do Flamengo. Não podemos ficar estigmatizados como maus pagadores. O Flamengo tem que se fazer respeitar", disse o presidente Eduardo Bandeira de Mello, funcionário de carreira do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Segundo a nova administração, Patrícia Amorim não vinha depositando o imposto de renda retido na fonte dos funcionários do clube nos últimos três anos. O fato teria sido descoberto por auditoria da Ernest & Young contratada para verificar a situação financeira do Flamengo.
"Cada um dos funcionários tem 27,5% de seu salário retido no clube, que deve repassar à Receita Federal. Na última gestão, este repasse não aconteceu. O valor era descontado do funcionário, mas utilizado para outros fins", afirmou nota oficial divulgada na manhã desta quinta-feira.
Os novos diretores do Flamengo têm realizado reuniões frequentes com os seus credores para tentar elaborar planos de pagamento das dívidas. No dia da reapresentação do time no Centro de Treinamento do Ninho do Urubu, inclusive, Bandeira de Mello fez introdução curta para os jogadores porque tinha de participar de um desses encontros. "Vamos precisar de algum tempo, mas o Flamengo vai colocar as contas em dia. Começamos pelo nosso maior credor que é o Fisco. Eles já entenderam que o Flamengo mudou", garantiu o vice-presidente de finanças Rodrigo Tostes.