A descontração foi a tônica da partida-exibição no Maracanãzinho entre dois gênios do tênis. No confronto entre o ex-número 1 do mundo Gustavo Kuerten contra o atual líder do ranking da ATP, o sérvio Novak Djokovic, o placar se tornou uma questão secundária. Entre brincadeiras, imitações, dancinhas e muitos aplausos das arquibancadas, o ídolo brasileiro derrotou o jogador sensação do circuito por 2 sets a 0, parciais de 7/6 (11-9) e 7/5.
Djokovic, que no início da semana superou Roger Federer para ficar com o título do ATP Finals em Londres, não mostrou nem de longe seu melhor ritmo na quadra de saibro montada no ginásio carioca. Assim, o confronto entre o sérvio de 25 anos e Guga, 36 - e aposentado há quatro -, ficou equilibrado.
Sem aceleração de jogadas, Kuerten se manteve mais inteiro em quadra no primeiro set. O veterano brasileiro, tricampeão de Roland Garros, brindava a empolgada torcida com lances nostálgicos que lembravam seus melhores momentos no circuito profissional: a famosa paralela de esquerda, saques devastadores e alguns lobbies. Djokovic não ficava atrás, e belas jogadas eram produzidas para deleite dos fãs.
Guga sacou em 5/4 para fechar o primeiro set, mas acabou sendo quebrado por Djokovic - a torcida pareceu pouco se importar com o alongamento da primeira parcial. E, após um longo tie-break e uma hora e seis minutos de partida, o veterano catarinense saiu na frente com um triunfo por 7/6 (11-9) em uma dupla falta do sérvio número 1 do mundo.
O panorama se repetiu no segundo set, quando novamente o tênis se tornou um aspecto secundário no show entre os dois tenistas. A integração entre ídolos e público seguiu como auge da disputa, que, no placar, seguiu parelha: Djokovic e Guga alongaram parcial, e a definição saiu apenas no 12º game, insólito.
O sérvio apontou como boa uma bola nitidamente fora de Guga, que abriu 0-40 e alcançou o triplo match point. Djokovic salvou o primeiro, mas não o segundo ponto do jogo, encerrado por Kuerten com um revés na paralela.