Os rivais Barcelona e Real Madrid entram em campo neste domingo, às 14h50 (de Brasília), no Camp Nou, com dois dos elencos mais valiosos do mundo. Cada qual com uma filosofia, seja com atletas da base ou contratações milionárias, os clubes montaram equipes poderosas, geralmente apontadas como favoritas em tudo o que disputam.
Depois de gastar mais de R$ 500 milhões para reforçar o time em 2009, o Real Madrid cativou a imagem de time "montado", exatamente o oposto do arquirrival Barcelona, que ficou com a fama de revelar e criar jogadores nas categorias de base. Nas duas últimas temporadas, entretanto, quem gastou mais foi justamente o time catalão, contrariando esta "teoria".
Na última janela, o Barcelona contratou Alex Song e Jordi Alba a um custo total de 33 milhões de euros (cerca de R$ 87 milhões), enquanto o Real buscou apenas o croata Luka Modric, por 30 milhões de euros (cerca de R$ 79 milhões).
Na temporada 2011/12, os catalães compraram Cesc Fábregas e Alexis Sánchez por um total de 60 milhões de euros (cerca de R$ 158 milhões). Já a equipe da capital gastou 55 milhões (cerca de R$ 145 milhões) na compra de Fábio Coentrão, Nuri Sahin, Raphael Varane e José Callejón.
Fato curioso é que duas das contratações do Barcelona foram justamente jogadores formados na base, ou seja, atletas que "escaparam" da Catalunha ainda jovens para clubes rivais.
De acordo com o site alemão Transfermarkt, Cesc Fabregas foi vendido pelo Barcelona ao Arsenal por 3,2 milhões de euros (R$ 8,4 milhões), sendo recomprado na temporada 2011/12 junto ao time inglês por 34 milhões de euros (R$ 89 milhões).
Jordi Alba foi liberado de graça na temporada 2005/06 para o Cornella, time modesto da Espanha. Na última janela, todavia, ele acabou sendo recontratado junto ao Valencia por 14 milhões de euros (R$ 37 milhões).
Isso mostra que, apesar de ter sim uma tradição de formar jogadores, algumas vezes o clube sofre com promessas que "deixa escapar". Fabregas e Alba geraram um "prejuízo" de quase 35 milhões de euros (R$ 92 milhões) aos cofres da equipe catalã. Já Gerard Piqué, comercializado com o Manchester United em 2004, voltou ao clube catalão quatro anos mais tarde por valor semelhante, sem gerar prejuízo ou lucro.
Enquanto isso, por dois anos o Real Madrid parou com os altos investimentos do passado e seguiu com a proposta intacta, fortalecendo a equipe em poucas posições e com contratações pontuais. Jogadores mais jovens e com grande potencial de crescimento no futuro foram contratados pela diretoria do clube, como Di Maria, Özil e Varane.
Clássico 195
Em posições distantes no Campeonato Espanhol, Barcelona (1º) e Real Madrid (6º) disputarão com elencos milionários a partida de número 195 entre as equipes - aconteceram 81 vitórias do time merengue, 75 da equipe catalã e mais 38 empates. Enquanto o Barcelona tenta manter o bom começo de temporada e seguir com 100% de aproveitamento no Nacional, o Real busca diminuir a diferença de pontos para o rival(18 a 10).
E para atingir estes objetivos as equipes irão com mudanças significativas em relação à última temporada. O Barcelona é que tem chamado mais atenção por isso. O novo treinador Tito Vilanova tem abandonado as variações que fazia o time atuar com três zagueiros, principalmente por causa dos bons desempenhos dos laterais-esquerdos Jordi Alba e Adriano. Isso tem mudado o time taticamente, mas a proposta de jogo, com ofensividade e posse de bola, segue a mesma.
O principal problema para o Barcelona no clássico será a defesa. Puyol se lesionou pela terceira vez na temporada, enquanto Piqué ainda é dúvida, também por contusão. Por isso dois volantes de origem, Mascherano e Song, podem formar a zaga central da equipe. No mais, a volta de Iniesta no lugar de Fábregas também acontecerá, mas mudará pouco na formação do time.
Já no Real Madrid não há dúvidas na defesa, apenas no meio-campo e ataque. José Mourinho pode escalar três volantes (Xabi Alonso, Khedira e Essien) ou tirar um deles para colocar um armador em campo. Mas neste caso terá que escolher entre o prestigiado Ozil, o recém-contratado Modric e o recém-recuperado Kaká. Já na frente a tendência é que Benzema seja titular, mas Higuaín ainda corre por fora.