O acerto de Bruno Senna para correr pela Williams em 2012 é destaque na imprensa internacional nesta terça-feira. Enquanto os principais veículos do mundo preferiram lembrar a passagem do tio do piloto, Ayrton, pela mesma equipe em 1994, a rede britânica BBC fez uma análise aprofundada sobre a novidade, concluindo que a contratação é um "risco significativo".
"A Williams está assumindo um risco significativo ao empregar Bruno Senna ao lado de Pastor Maldonado em 2012", resume o jornalista Andrew Benson, especialista em Fórmula 1 do site da emissora estatal do Reino Unido.
O raciocínio do repórter é que a pressão será grande após a escuderia cumprir em 2011 a pior temporada em sua história - foi apenas a nona colocada do Mundial de Construtores com cinco pontos, um com Maldonado e quatro com o demitido Rubens Barrichello.
"Muitos podem ver a movimentação como dirigida por um desejo por ingressos de patrocinadores", completa Benson, lembrando que Bruno levará ao time patrocínio de empresas brasileiras. "É por isso que muitos na F1 acreditam que eles teriam feito melhor optando por um piloto comprovado como Barrichello, no qual se pode confiar quanto à entrega de resultados consistentes".
A Williams está passando por um processo de reestruturação que incluiu a saída do cofundador do time, Patrick Head, após 34 anos de serviços prestados. A reportagem da BBC cita que a escolha de Bruno não foi unânime dentro da fábrica de Grove, na Inglaterra.
"Algumas partes do time apoiavam Barrichello, baseado no fato de ele ser um talento comprovado e por causa de seu reconhecido conhecimento técnico. Porém, fontes próximas à Williams afirmam que o relacionamento entre o piloto e a direção da equipe se deteriorou ao longo dos anos como resultado da queda nos resultados do time", aponta a emissora.
Barrichello, 39 anos, estava na Williams desde 2010, quando somou 47 pontos para ocupar a décima posição do Mundial de Pilotos. Ele pode se aposentar da F1 após 19 temporadas consecutivas na categoria.