Ao derrotar o espanhol Alex Corretja por 2 sets a 1 em um jogo de exibição no último sábado, no Rio de Janeiro, Guga se viu envolto em diversas imagens do passado. Há dez anos, ele conquistava o seu terceiro torneio de Roland Garros. O adversário da final era o mesmo que trocou bolas com ele hoje.
"Fica constantemente instigando a mente com as lembranças. Alguns pontos às vezes vêm à cabeça. Aquela final. O coração na quadra. Fica constantemente vindo à tona", contou Guga. O maior tenista brasileiro, que se viu obrigado a deixar as quadras por dores crônicas nos quadris, afirmou procurar alento em outras atividades e nos projetos sociais: "A carreira termina muito cedo. Eu que estou acostumado a chegar no topo, a vencer todos os desafios, de repente ficar sem nada pela frente cria uma lacuna importante. Eu estou tentando preencher pelo lado social. Ainda vinculado ao esporte, relacionado com as crianças. Aí os resultados vêm", disse.
Guga contou que mesmo durante os amistosos ele sente dores. "O que oscila com o quadril é a performance. A dor eu acho que já estou acostumado. O complicado mesmo vem nos dias seguintes", afirmou. Ainda assim, ele se demonstrou disposto a participar de mais jogos de exibição: "Não existe mais a necessidade de estar ali. A gente joga porque gosta. Resgata sempre lembranças magníficas. Dá uma sensação de juventude ali dentro. A gente consegue fazer umas bolas que só quem teve essa experiência como profissional consegue realizar".
Federer no Brasil
Guga revelou também que pode trazer Roger Federer para um amistoso no Brasil em 2012. "Jogar com o Federer aqui seria algo histórico", disse. Segundo Kuerten, o tênis no Brasil ainda está muito ligado a sua imagem e ele quer colaborar para a promoção do esporte. "Minha proximidade e participação no tênis é fundamental. Para manter o entusiasmo e o interesse das pessoas. Por um lado isso é bom porque cultiva a história e cria uma cultura do tênis. Hoje faz dez anos do tri (de Roland Garros), o último grande título que eu tive. Então já faz mais de dez anos a maioria dos meus títulos. Mas as pessoas continuam com essa vibração. Tem muita criança hoje aí, o que é super bacana e inspirador até mesmo para mim. Por isso, estou bastante participativo".
Mesmo impossibilitado de fazer uma sequencia de jogos, Guga considera que seu desempenho em amistosos, como o que disputou com Carlos Moyá em outubro, tem sido bom o suficiente para divertí-lo. "Inteiro eu não estou faz uns dez anos. Mas meu nível de performance está bastante satisfatório. Consigo jogar num patamar bem agradável para poder ter uma sensação boa", disse.