ASSINE
search button

Copa América recebe "melhores do mundo" e testa alcance mundial

Compartilhar

O melhor do mundo, o melhor da última Copa do Mundo e a melhor aposta para número um no futuro. Em um esporte em que a hegemonia econômica provocou um desequilíbrio de poder entre os continentes, não deixa de ser alentador a reunião de Lionel Messi, Diego Forlán e Neymar, respectivamente, em um torneio realizado na periferia do futebol globalizado.

A Copa América começa nesta sexta-feira com uma junção de elementos que dão à competição na Argentina um potencial mercadológico e esportivo único. A volta a um país tradicional no futebol, a presença de craques em contraposição ao esvaziamento das últimas edições, o crescimento econômico do continente, o momento positivo das seleções sul-americanas e a tradição de ser o torneio mais antigo entre países do mundo configuram um sucesso quase que inevitável.

Diferente das últimas edições, as principais seleções do continente vêm quase que completas. Encravada no meio da temporada europeia, a Copa América tem aversão dos clubes do Velho Continente, que veem no torneio um empecilho para a preparação ideal dos jogadores para a temporada seguinte. A pressão por dispensas surtiu efeito nas últimas edições, mas não vingou em 2011.

A simples presença do melhor do mundo, Messi, já dá uma outra dimensão à competição. Se não goza de tanto prestígio entre os argentinos, o meia-atacante do Barcelona tem uma imagem reconhecida mundialmente e ajuda a explicar a presença de imprensa de 46 países e a previsão de transmissão televisiva para 198.

Contribui para o aumento de interesse na competição a campanha histórica do continente na Copa da África do Sul. Os sul-americanos colocaram quatro times nas quartas de final e mostraram em campo um futebol competitivo, à altura da tradição de maior celeiro mundial de jogadores. A presença de nomes como Ganso, Neymar, Robinho, Tevez, Messi, Cavani e Forlán é prova da capacidade do continente em revelar talentos.

Se ainda é pouco para concorrer com os europeus, os sul-americanos, principalmente os brasileiros, têm nos últimos anos mostrado reação no quesito econômico. Neste caso, a permanência de Neymar no Santos, mesmo com uma proposta antes irrecusável do Chelsea, é exemplo de que já é possível concorrer com os gigantes com um pouco de sacrifício e criatividade.

Disputada desde 1916, a Copa América retorna a um dos países que construíram a tradição do torneio depois de um rodízio por nações de menor apelo futebolístico. Será assim também na próxima edição no Brasil -, o que dá à Conmebol a possibilidade de consolidar uma competição que nos últimos anos perdeu prestígio. A Argentina estima que o certame movimentará US$ 1 milhão no país.

Contratempos

Apesar da indicação de recuperação, a Copa América mais uma vez será colocada à frente de sua limitações na Argentina. O sistema de transportes entre as sedes do torneio é deficitário, a desorganização na divulgação de informações é notória e os estádios estão longe de oferecerem o conforto ideal. Dentro de campo, os convidados México e Costa Rica vieram com times de garotos e desequilibraram a tabela.