O título da categoria GTBR3 da Itaipava GT Brasil foi matematicamente decidido neste sábado na etapa de Curitiba - e, legalmente, não foi. Graças ao polêmico pódio da etapa disputada no Autódromo Internacional de Curitiba, localizado na cidade de Pinhais, Valdeno Brito e Matheus Stumpf precisarão esperar para saber se são os campeões da temporada 2010.
Segundo lugar na primeira prova da etapa, a sétima dentre as oito etapas do calendário, o Ford GT da dupla chegou aos 200 pontos, contra 146 dos vice-líderes Allam Khodair e Marcelo Hahn. No entanto, os dois pilotos da equipe Blau Full Time, que terminaram a prova deste sábado no sexto lugar, podem garantir o quinto posto da corrida, adiando em tese a decisão do título.
Explica-se: Bruno Garfinkel e Ricardo Maurício, que foram terceiros na corrida, admitem que correram sem os restritores que o regulamento determina à Lamborghini LP560 da dupla. Assim, podem ser punidos com a perda do terceiro lugar, e Khodair e Hahn passariam do sexto para o quinto lugar. Com o ponto a mais que conquistariam, os pilotos da Blau Full Time chegariam a 147, e com a regra dos descartes (caem os piores resultados de cada dupla em cada metade da temporada), ainda poderiam chegar aos 200 pontos dos líderes.
Mesmo que empatem ao final da temporada, os pilotos não igualariam o número de vitórias do conjunto da AH Competições - desta forma, o carro número 7 garantiria o campeonato. Mas entra um novo capítulo: caso Stumpf e Brito sejam desqualificados das próximas três corridas, teria que descartar um bom resultado, somando menos de 200 pontos e perdendo assim o título - que já está maticamente ganho.
Confuso? Basta competir "legalmente" para que Stumpf e Brito levem a taça, mesmo que terminem fora das 15 primeiras posições, que valem pontos.
"A equipe não quis nos passar nada pelo rádio para não criar expectativa. Depois que recebi que poderia ser o campeão. Ainda tem muita coisa para definir. Pode ser amanhã, na próxima (corrida), em São Paulo. Mas temos que agradecer ao trabalho de toda a equipe", declarou Matheus Stumpf na entrevista coletiva após a confusa prova, sem poder comemorar a possível conquista.
Garfinkel, também presente à coletiva, admitiu ter partido dele a decisão de ter corrido fora do regulamento. Segundo ele, nos moldes atuais, a sua Lamborghini corre em desavantagem para adversários como Ferrari F430 e Dodge Viper Competition Coupé.
"(A decisão) foi totalmente minha", disse Garfinkel, fazendo coro ao que declarou Valdeno Brito na mesma entrevista: "a decisão de andar fora do regulamento foi do piloto", ratificou o paraibano.
Ricardo Maurício, parceiro do paulista no carro da Scuderia 111, admitiu que as Lamborghini não largariam na etapa, mas que a decisão foi revista. Segundo ele, Bruno Garfinkel queria testar o carro fora condições das condições determinadas pela organização da prova - que ainda deve se manifestar neste final de semana a respeito de uma punição e do título de Matheus Stumpf e Valdeno Brito.