Agência ANSA
ROMA - O técnico da seleção italiana de futebol, Marcelo Lippi, afirmou hoje estar de acordo com a sugestão feita pelo ministro do Interior do país, Roberto Maroni, de suspender as partidas em que houver manifestações racistas contra jogadores.
O treinador ressaltou, porém, que é preciso tomar muito cuidado para se ter a certeza de que a torcida está realmente discriminando um atleta, e não apenas se manifestando de maneira normal.
- O verdadeiro problema é entender bem quando se trata efetivamente de uma manifestação de racismo - disse Lippi.
Ontem, Maroni recomendou aos árbitros de futebol do país que suspendam qualquer partida ante "o menor indício" de que um atleta está sendo alvo de insultos racistas.
- Muitas vezes, é difícil distinguir um coro racista de uma provocação normal, mas justamente por isso não se pode subestimá-lo - afirmou o ministro do Interior.
O atacante italiano Mario Balotelli, da Inter de Milão, tem sido alvo de ofensas em alguns estádios. Ele é filho de ganeses.
Lippi também se referiu hoje ao atentado sofrido pela seleção do Togo na sexta-feira, quando o ônibus em que viajavam atletas e comissão técnica foi metralhado ao cruzar a fronteira entre Congo e Angola, país que recebe a Copa Africana de Nações. Três pessoas morreram e os jogadores não disputarão o torneio.
Questionado sobre as possíveis consequências do episódio para a realização do Mundial da África do Sul, que começa em junho, Lippi se disse tranquilo. - A África do Sul é um dos países desenvolvidos do continente africano, e não creio que temos motivo para temer - opinou.