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Barrichello aposta em melhor prova em casa para seguir no páreo

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Camila Moreira, REUTERS

SÃO PAULO - Rubens Barrichello terá que reverter um retrospecto de maus resultados em casa no Grande Prêmio do Brasil de domingo para desbancar seu companheiro de equipe e manter viva sua primeira chance real de ser campeão da Fórmula 1.

A retrospectiva do piloto da Brawn em Interlagos não é nada animadora, principalmente quando se leva em consideração que dessa vez ele precisa não só vencer, como também torcer para que seu companheiro Jenson Button não chegue ao pódio. Se terminar ao menos em terceiro, Button será o campeão com uma prova de antecipação.

"Tenho todas as possibilidades de fazer minha melhor corrida aqui e agora. Não vivo no passado, ligo para o que posso mudar," disse Barrichello a jornalistas nesta quinta-feira.

Em 16 corridas no Brasil, Barrichello abandonou 11 vezes e marcou pontos apenas em quatro ocasiões. Seu melhor resultado foi um terceiro lugar, em 2004, com a Ferrari.

Mas o piloto garante que o passado não tem lugar em seus pensamentos, ainda que saiba que sua performance não pode ser nada abaixo de brilhante para manter vivas as esperanças de ser o primeiro brasileiro campeão da F1 desde Ayrton Senna em 1991.

"Não acredito em azar. Tem uma frase entre os pilotos que diz ''quanto mais trabalho, mais sorte eu tenho''. Foram falhas humanas. Para mim, terminar com o carro sem combustível não é azar," afirmou, referindo-se à série de abandonos em Interlagos, notadamente em 2003, quando depois de largar da pole com a Ferrari ficou sem combustível quando liderava.

Barrichello, vice-líder do Mundial 14 pontos atrás de Button, fez questão de minimizar a disputa interna com seu companheiro de equipe, alegando que facilita o fato de o campeonato de construtores já estar praticamente definido a favor da Brawn. A escuderia precisa de apenas um ponto para se tornar a primeira equipe a levar o título em sua primeira temporada.

"A situação é um pouco mais confortável. Acredito que (o campeonato de) construtores deve resolver neste fim de semana. Ambos trabalhamos muito bem juntos pelo campeonato (de construtores). Com isso, no outro campeonato (pilotos) temos que lutar por nós mesmos, sendo que é a primeira vez que realmente tenho a chance de conquistar o título", disse Barrichello.

Button, ao lado do brasileiro, fez questão de afirmar que a vida, entretanto, não é assim tão simples.

"Se Rubens vencer o campeonato, eu vou absolutamente odiá-lo", brincou ele na entrevista à imprensa, levando todos às gargalhadas. "Estamos trabalhando bem juntos e acho que somos amigos, mas somos pessoas competitivas, e vou ficar bastante decepcionado (se perder o título)."

PRESSÃO DA TORCIDA

O brasileiro garantiu estar extremamente focado para a corrida de domingo. Situação bem diferente da vivida na corrida do ano passado, quando não sabia qual seria o seu futuro na categoria já que a Honda, sua então equipe, havia anunciado que deixaria a Fórmula 1.

Agora ele negocia para 2010 com Williams e a própria Brawn GP, ainda que informações nos paddocks sejam de que ele já fechou com a primeira.

"Foi uma distração no ano passado quando cheguei aqui e não tinha emprego. Poder falar com as equipes e me ver em um carro competitivo era tudo que eu queria," disse.

Se a pressão sobre o futuro ele conseguiu tirar dos ombros, com outra ele aprendeu a conviver os torcedores brasileiros, que costumam lotar o autódromo e são exigentes.

"Tem sido uma longa estrada até chegar aqui ao Brasil, mas aprendo como lidar com a pressão, como aproveitá-la. Para mim já é um ano de vitória, agradecendo pelo carro e pela chance de vencer no Brasil", completou.