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Blatter minimiza assalto a prédio em favor do Rio

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Hilton Mattos, Jornal do Brasil

RIO - O Suíço Joseph Blatter não seria deselegante a ponto de revelar o seu voto de sexta-feira, em Copenhague, na escolha da cidade sede dos Jogos 2016. Mas não esconde uma torcidinha toda especial pelo Rio. O presidente da entidade máxima do futebol, que também é um dos membros do Comitê Olímpico Internacional (COI), não perdeu a pose diante de um fato recorrente na cidade. Ontem, a poucos quilômetros de onde foi realizado um encontro do comitê executivo da Fifa, bandidos invadiram um prédio na Zona Sul e fizeram moradores de reféns. Ruas foram fechadas e o trânsito se transformou num caos. Blatter, sem bater na candidatura, minimizou o episódio.

Além de transporte e rede hoteleira, o ítem segurança sempre jogou contra para as pretensões de o Brasil sediar Copa do Mundo ou Olimpíada. A repercussão do assalto, enfatizou o dirigente, "não será boa para a candidatura em Copenhague". Blatter não viu a notícia com bons olhos, mas logo deu um jeitinho de esvaziar o ocorrido. Segundo o dirigente, qual o ligar no mundo que não há assalto?

As pessoas sempre falam em segurança. Me dê uma cidade onde não haja problema de segurança. Temos que conviver com esse problema analisou Blatter, completando: O que tem de ser feito é esta segurança reforçada (implantada em eventos da Fifa ou do COI) ser mantida após a saída das equipes. Tem que ficar como legado.

Blatter está no Rio desde domingo. Participou segunda-feira do lançamento da pedra fundamental da nova sede da CBF, na Barra da Tijuca, e ontem ficou por conta de resoluções sobre o futuro do futebol. Na segunda, revelou que o mundo se encanta pela simpatia e as belezas da cidade. De mãos dadas com Ricardo Teixeira, presidente da CBF, pela realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil, tem sido bem condescendente com as ambições brasileiras.

Perguntado sobre as realizações em sequência do Mundial e da Olimpíada, o dirigente enxerga no passado exemplos que ajudariam principalmente a candidatura Rio-2016.

A história me mostra que houve paralelismo. Vejamos: México sediou a Olimpíada de 68 e a Copa de 70; Alemanha fez o mesmo em 72 e 74; EUA em 94 e 96; e mais atrás a Espanha em 82 e 92. De qualquer maneira, em 2016, se o Rio foi o escolhido, a estrutura para a Copa de 2014 terá ajudado muito frisou Blatter.

Paradinha com dias contados

Na reunião do comitê executivo da Fifa, ficou decidido que a paradinha, recurso utilizado pelos jogadores nas cobranças de pênalti, estão com os dias contados. Blatter é radicalmente contra. E garante que ainda este ano, a International Board, órgão que regulamenta as regras do futebol, vai decretar o fim da "irregularidade".

Vamos uniformizar as regras no mundo inteiro. Entre 20 de outubro e começo de novembro, vamos reconfirmar ao mundo o que pode e o que não pode sobre este assunto.