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ISTAMBUL, TURQUIA - A Fórmula 1 pode se separar em duas se um impasse entre a FIA e as equipes não for resolvido até sexta-feira, disse o piloto Jarno Trulli, da Toyota, após se encontrar com chefes de equipe neste domingo.
Os 16 pilotos sob contrato com as oito equipes da Associação de Times da Fórmula 1 (Fota na sigla em inglês) se sentaram com os chefes na sede da Toyota no GP da Turquia para uma reunião de 25 minutos.
Representantes da Williams e da Force India, que foram suspensas da Fota, não compareceram.
Trulli disse que os pilotos compartilham a mesma posição de suas equipes e expressaram preocupação de que o tempo esteja acabando com a Fia prestes a publicar a lista de times inscritos para 2010 na sexta-feira que vem.
- No tocante à parte política, não sei muito. Sei que na próxima semana algo precisa acontecer. Senão inevitavelmente vai haver um rompimento - disse ele.
Os oito times da Fota entregaram suas inscrições para 2010 sob a condição de que a regras sejam reescritas e um novo Acordo de Concórdia comercial seja assinado até 12 de junho.
A campeã Ferrari, assim como Renault, Toyota e as duas equipes da Red Bull, ameaçaram se afastar em caso contrário.
A Fia, que quer um teto orçamentário opcional de 40 milhões de libras (U$64,18 milhões), nesse meio tempo encorajou equipes aspirantes à categoria a se inscrever, e mais de dez delas já confirmaram tê-lo feito.
Último recurso
O presidente de Toyota John Howett, que também é vice-presidente da Fota, disse esta semana que criar uma categoria rival seria considerado um último recurso.
Trulli disse que todos os pilotos "têm o mesmo sentimento, seguir a Fota e respeitar acima de tudo o trabalho que estão fazendo sobre as novas regras e a administração da F1 de forma séria no futuro."
- No momento temos que esperar para ver, porque a Fota quer chegar a uma solução junto com a Fia. Mas acho que todos nós pilotos entendemos qual é o lado certo da questão. Max (Mosley, presidente da Fia) deve entender que há algumas coisas que não podem acontecer - acrescentou ele.
- As regras para 2010 são absolutamente ruins, porque a F1 deve continuar a ser o esporte número um do mundo, com grande tecnologia e com os construtores. Não se pode tentar trazer novos times que podem não ter idéia do que é preciso para competir com os carros e num campeonato de tão alto nível. Acima de tudo, com as novas regras estamos fora - disse o piloto.
Fernando Alonso, bicampeão mundial da Renault, disse aos repórteres antes da reunião que não continuaria na categoria da FIA se houver um racha.
- Prefiro correr em qualquer outra categoria do que na nova F1. Um modelo parecido com a GP2 ou a F3 não interessa a nenhum piloto, patrocinador ou rede de televisão - disse ele à mídia espanhola. - Nesse caso seria uma categoria sem sentido. Não se pode ir de repente de um orçamento de 500 milhões de euros para um de 45 milhões. É possível em três anos, que o que as equipes estão propondo. É impossível fazer mais do que isso.