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Moradores estão indecisos com apoio à Rio 2016

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Mariana Canedo, Portal Terra

RIO - O apoio à campanha para que os Jogos de 2016 sejam no Rio de Janeiro parece não acompanhar o nível dos investimentos feitos pelo Comitê Olímpico Brasileiro no projeto até então. O principal público alvo do COI, formado pelos mais jovens, é o mais entusiasmado com a possibilidade da realização da maior festa esportiva do planeta na capital fluminense. Entretanto, a desconfiança em relação à capacidade do governo em entregar uma Olimpíada da maneira que promete, parece ser geral.

- Seria bom, mas acho que o Rio não está preparado e acho difícil estar até lá. O governo não vai investir em tudo que é necessário. A violência e os assaltos podem manchar a imagem da cidade - diz Jade Lins, 18 anos.

Seu irmão, o ex-atleta júnior do Flamengo Yuri Lins, 22 anos, é a favor do Rio 2016, mas com ressalvas.

- Eu apóio a candidatura sim, mas o governo não pode abandonar os investimentos que fizer neste projeto, assim como fez com o legado do Pan-Americano. As instalações são pouco ou mal utilizadas e ninguém se preocupa em investir no principal que é a formação de atletas - lamenta.

A estudante Melissa Levy, 20 anos, é mais uma que torce pelo projeto, mas se diz descrente em função da má administração de recursos.

- É claro que eu gostaria de ver uma Olimpíada na minha cidade, mas é preciso que o governo realmente se comprometa em cumprir o que promete. Tempo existe e dinheiro também, mas tem que ser aplicado da maneira correta - ressalta.

O sociólogo Eduardo Lamas, 37 anos, é mais radical ao defender a oposição ao Rio 2016 e, ao contrário do que vêm pedindo o COB, o Comitê Organizador e os governos municipal e estadual, diz que vai se vestir de preto nesta sexta-feira, quando os integrantes da Comissão de Avaliação visitarão as instalações esportivas.

- Estão pedindo que os cariocas vistam verde e amarelo no dia 1º. Eu, mesmo sozinho, estarei de preto, de luto por toda a roubalheira descarada das autoridades deste país com a nossa ingênua contribuição - dispara.

Assim como ele, a dona-de-casa Carmem Aguiar, 43 anos, não acredita na capacidade do Rio em sediar um evento do porte de uma Olimpíada.

- O Rio de Janeiro não tem condições nem de resolver problemas básicos como o trânsito complicado em dias de chuva. Imagina se vão ter condições de organizar uma Olimpíada - reclama ela, que mora nas proximidades do Maracanã.