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RIO - O governo da Alemanha inaugurou nesta terça-feira, em Berlim, o Hall da Fama do Esporte, mas a presença de alguns gigantes do passado esportivo alemão que tiveram ligação com o regime nazista está causando polêmica e ofuscando a iniciativa governamental. A informação é da agência Ansa.
A comissão de 25 pessoas presidida pelo ministro do Interior, Wolfgang Schaeuble, decidiu inserir, entre os homenageados, os nomes de cinco esportistas que foram membros do Partido Nazista - Gustav Kilian, Rudolf Harbig, Willi Daume, Josef Neckermann e Sepp Herbeger.
Setores da sociedade alemã criticaram a iniciativa, dizendo que agora se trata de um "Hall of Shame" ("Hall da Vergonha", um trocadilho com "Hall of Fame", em inglês).
Mas os organizadores não enxergam o caso da mesma ótica. Segundo a diretora da Fundação alemã para Ajuda ao Esporte, Ann Kathrin Linsenhoff, a comissão não acredita "que a imagem do Hall da Fama fique manchada por causa dessa decisão".
- Pelo contrário, isso é útil para refletir sobre o nosso passado através do esporte. Excluir aqueles que tiveram conexão com o nazismo seria um ato de arrogância da parte de uma geração (a contemporânea) que teve a sorte de crescer na democracia - explica Ann Kathrin.
O Hall da Fama fica no museu de História de Berlim e possui, por enquanto, 40 nomes de grandes atletas, aos quais poderão ser adicionados três, a cada ano. Entre eles, está o campeão de boxe Max Schmeling, a lenda do futebol Franz Beckenbauer e o tenista Gottfried von Cramm, três vezes finalista de Wimbledon.