Agência JB
BRASÍLIA - Além dos recursos do programa Bolsa Atleta, que está financiando 46,4% dos atletas que estarão nos Jogos Parapan-Americanos do Rio de Janeiro, os atletas com deficiência contam com outras fontes de recursos para promover as suas atividades, entre patrocínios públicos e privados. Desde 2005, a Caixa Econômica Federal patrocina atletas de alto nível dentro do programa Loterias Caixas Atletas Alto Nível.
Neste ano, 15 atletas e um atleta-guia recebem o auxílio, que tem três faixas: R$ 5 mil, R$ 3,2 mil e R$ 2,6 mil. De acordo com a Caixa, estes programas têm critérios de seleção objetivos e têm como meta a obtenção de resultados nos Jogos Parapan-Americanos e o preparo do Brasil rumo às Paraolimpíadas de Pequim 2008.
O presidente do Comitê Paraolímpico das Américas, o brasileiro Andrew Parsons, diz que também já é uma realidade os atletas terem patrocínios individuais, de empresas privadas. Segundo ele, ainda há mais dificuldades para os atletas com deficiência conseguirem patrocínio do que os atletas sem deficiência.
- Não há uma consciência plena no meio empresarial brasileiro que o esporte paraolímpico pode trazer retorno e como fazer ele dar retorno - afirma.
Mas ele acredita que em poucos anos essa consciência vai aumentar e as dificuldades sentidas serão praticamente as mesmas. O CPB também disponibiliza o Bolsa Incentivo para os atletas que integram a delegação brasileira e não conseguiram nenhum outro tipo de apoio. O valor do auxílio é de cerca de R$ 1 mil mensais.
Os atletas com deficiência do Brasil também recebem auxílio através do Comitê Paraolímpico Brasileiro. Desde 2001, a Lei Agnelo Piva obriga que sejam destinados 2% de toda a arrecadação da Loteria Federal com venda de apostas para instituições ligadas ao esporte olímpico e paraolímpico. O CPB recebe 15% do total arrecadado, o que corresponde entre R$ 12 e 14 milhões por ano.
- Com esse recurso o Comitê financia todo o movimento paraolímpico brasileiro, paga a manutenção de entidades filiadas, além da manutenção e dos programas do CPB - afirma Parsons.
Para ele, a destinação desse recurso significou a carta de alforria do esporte paraolímpico brasileiro.
- Conseguimos sair de uma dependência de órgãos públicos, de cortes de orçamentos que muitas vezes nos atingiram. O recurso próprio nos permite planejar e construir as estratégias - avalia.
No entanto, ele considera que a verba não é suficiente para que o esporte paraolímpico se transformou.
- O crescimento do movimento paraolímpico no Brasil acabou gerando mais demanda. Ampliou-se o número de modalidades, tem mais pessoas com deficiência praticando esportes e se tornando atletas, então esses recursos ainda são insuficientes - afirma.
Além do financiamento obrigatório, o CPB recebe apoio de empresas que, dentro de sua estratégia de marketing, quiseram se associar ao movimento paraolímpico brasileiro. A Caixa Econômica Federal, através das Loterias Caixa, investiu só nesse ano R$ 4,8 milhões no Comitê Paraolímpico Brasileiro. Segundo Parsons, a cada ano esse patrocínio vem crescendo: em 2004 foi cerca de R$ 1 milhão, em 2005 R$ 3,6 milhões e em R$ 2006, 3,8 milhões.
Também existem as organizações parceiras do CPB, como a Unimed, que, como parceira oficial da delegação paraolímpica brasileira, concede planos de saúde para todos os atletas das delegações, mais um apoio mensal em dinheiro. Já a Olympikus é a fornecedora oficial de material esportivo do CPB, com o mesmo padrão do material utilizado pelos atletas nos Jogos Pan-Americanos.