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Com suspeita de dengue, zagueiro da Venezuela deve desfalcar equipe

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O zagueiro da seleção venezuelana Mikel Villanueva é desfalque quase certo neste sábado (22) no jogo decisivo contra a Bolívia. Villanueva, que joga no Málaga (ESP), já havia entrado com febre e alergia na pele na partida contra o Brasil, na terça (18). A suspeita é que ele tenha contraído dengue.

Segundo o técnico Rafael Dudamel, o jogador ainda está passando por exames para determinar o que tem, mas tem treinado separado do grupo.

Dupla de Villanueva na defesa, Yordan Osorio, defensor que está emprestado pelo Porto (POR) ao Vitória de Guimarães (POR), também é dúvida pela pancada no joelho que sofreu na partida contra a seleção brasileira. A definição sobre os dois será anunciada na manhã deste sábado.

Na quinta-feira (20), a Venezuela já tinha confirmado a baixa do volante Arquimedes Figueira por um rompimento no joelho esquerdo. A lesão o deixou impossibilitado de seguir na Copa América. Figueira entrou aos 31 do segundo tempo e aguentou por 15 minutos com o joelho machucado contra o Brasil. 

O dia a mais de descanso entre o segundo e o terceiro jogo foi importante na avaliação de Dudamel.

Terceira da chave, dois pontos atrás de Brasil e Peru, que tiveram uma vitória e um empate cada, a Venezuela precisa vencer para garantir a classificação para a próxima fase.

No final de 2016, quando enfrentou a Bolívia nas eliminatórias para a Copa do Mundo da Rússia, a seleção "vinolento" goleou por 5 a 0. Mas Dudamel reiterou que a situação agora é diferente para os dois times.

Apesar do momento de evolução que o futebol venezuelano vem apresentando, na avaliação dele, o jogo diante dos bolivianos deverá ser complicado. "Há diferentes resultados que podem nos levar a classificação. Dependendo de nós ou de terceiros. A única coisa que não podemos fazer é perder", avalia ele.

Dudamel também diz que o time tem muitos motivos para buscar a classificação. Jogadores que jogam na Europa abriram mão de suas férias para defender a seleção, e Fernando Aristeguieta, que acaba de trocar o América de Cali (COL) pelo Monarcas Morelia, do México, ainda não conheceu pessoalmente o filho que nasceu há uma semana.

"Temos motivos familiares, profissionais, devemos isso a um país que está parado na frente da televisão. Está nas nossas mãos dar uma alegria a toda essa gente, seria um mérito esportivo e uma recompensa", diz Dudamel.

Com o país enfrentando uma grave crise humanitária, a seleção evita comentar sobre política, ou se manifestar entre a ditadura de Nicolás Maduro, reeleito sob controvérsia, e a presidência autoproclamada pelo líder do Congresso Nacional, Juan Guaidó.

O vice-presidente da Federação Venezuelana de Futebol, Pedro Infante, é o ministro de esportes do governo Maduro. Apenas dois jogadores da seleção jogam atualmente dentro da Venezuela -o goleiro Joel Graterol, do Zamora, e o meia Figuera, jogador do Deportivo La Guaira.

"O futebol une as pessoas e a política nos separa. Acho que não é bom misturar os dois. Há situações em que somos cidadãos, antes de sermos pessoas que trabalham com esporte, e por isso temos direito a expressar nossas opiniões e participar de debates", respondeu Aristeguieta à Folha.

"Temos oportunidade única de dar uma alegria ao nosso país em um momento em que as pessoas, em geral, estão precisando de alegrias, porque perderam a possibilidade de ter isso no seu dia-a-dia". 

Venezuela e Bolívia se enfrentam no Mineirão a partir das 16h deste sábado. No mesmo horário, os dois times líderes do grupo A, Brasil e Peru, jogam no Maracanã.