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Centenas de trabalhadores ficam sem salários no Catar apesar de reformas feitas antes da Copa, diz Anistia

Catar tem sido criticado pelo que grupos de direitos humanos

REUTERS/Ibraheem al Omari -
Catar
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Centenas de trabalhadores imigrantes no Catar ficaram sem salários e muitos foram forçados a retornar para seus países de origem sem compensação, apesar de reformas recentes com objetivo de melhorar direitos de trabalhadores, afirmou a Anistia Internacional em relatório publicado nesta quinta-feira.

Desde que foi nomeado sede da Copa do Mundo de 2022, o Catar tem sido criticado pelo que grupos de direitos humanos descrevem como condições de trabalho ruins. O país respondeu com um amplo programa de reforma para salvaguardar direitos trabalhistas e melhorar sua imagem no exterior.

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Catar (Foto: REUTERS/Ibraheem al Omari)

O país do Golfo depende de quase 2 milhões de trabalhadores imigrantes para a massa de sua força de trabalho, em maioria de países asiáticos como Nepal, Índia e Filipinas.

O país dispensou vistos de saída para a maior parte dos trabalhadores, implementou um salário mínimo e criou comitês de resoluções de disputas para acelerar queixas de salários não pagos.

Mas um novo relatório da Anistia Internacional descreve como centenas de trabalhadores ainda não conseguem recuperar salários não pagos, apesar dos comitês de resolução.

"Apesar de promessas significativas de reformas que o Catar fez antes da Copa do Mundo de 2022, o país ainda continua sendo um playground para empregadores sem escrúpulos", disse o vice-diretor de Assuntos Globais da Anistia Internacional, Stephen Cockburn.

O Catar afirmou que continua "trabalhando com organizações não-governamentais, incluindo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), para garantir que essas reformas sejam extensas e eficazes", de acordo com comunicado do escritório de comunicação do governo.

O relatório cita três companhias do Catar que supostamente não pagaram mais de 2 mil trabalhadores, fazendo com que 1.620 deles registrassem queixas.

Os trabalhadores eram empregados de companhias envolvidas em serviços de construção e limpeza, mas não diretamente relacionados a projetos da Copa do Mundo, de acordo com o relatório.