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Por vídeo homofóbico contra Flu, Fellipe Bastos pode ter contrato com o Vasco rescindido

Reprodução/Instagram -
Fellipe Bastos no vídeo postado nas redes sociais em que pede desculpas por postura homofóbica
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No início do ano, quando anunciou a contratação do volante Fellipe Bastos, a diretoria do Vasco foi massacrada nas redes sociais pelos torcedores. Nenhum vascaíno queria o jogador de volta à São Januário. E não pelas besteiras que falava. O motivo da rejeição era mesmo o desempenho que Fellipe tivera com a camisa do clube. Dois meses depois, o jogador confirma a máxima de que o que começa mal, tende a terminar mal.

Ao provocar o Fluminense e seus torcedores com gritos homofóbicos, domingo, ainda dentro do gramado do Maracanã, logo após o Vasco conquistar a Taça Guanabara, Fellipe Bastos manchou a comemoração vascaína. Agarrado a outro homofóbico, o jogador, que ainda não atuou pelo Vasco este ano, gritou, entre outras barbaridades, que o Fluminense era um time de "viado".

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Fellipe Bastos no vídeo postado nas redes sociais em que pede desculpas por postura homofóbica (Foto: Reprodução/Instagram)

Ameaças à família do jogador

Pegou muito mal. Para o Vasco e, principalmente, para o próprio Fellipe Bastos. Ontem, o clube, através de sua conta no "Twitter". se posicionou contra seu atleta, lembrando sua história de inclusão social. "O Vasco da Gama repudia veementemente todo e qualquer tipo de preconceito, seja ele de ordem racial, social ou relacionado à orientação sexual. O Vasco é a casa de todos", diz o texto.

Assustado com a repercussão (negativa), Fellipe Bastos, que viu sua família sofrer ameaças de morte pelas redes sociais, pediu desculpas, também pelo Twitter. Só fez piorar a situação, pois claramente acha que não fez nada demais. "Nasci e fui criado num futebol onde podia brincar, com alegria (sic), mas foi um momento em que extravasei e atrapalhei um pouquinho. Peço desculpas a todos, espero que entendam e parem de ameaçar minha esposa, meus filhos. Eles não têm nada a ver com isso", implorou.

Fellipe Bastos deveria ter pensado nisso, e em tudo o que aconteceu desde que retornou ao clube, antes de falar tanta besteira. Aos 29 anos, com passagens por diversos clubes, inclusive o Benfica, de Portugal, já é bem rodado para saber o que é certo e o que é errado.

Sua presença em São Januário nunca foi bem vista pelos vascaínos. Nem mesmo o fato de o Corinthians, dono do passe, pagar 70% do salário do volante, fez os torcedores mudarem de opinião. Agora, corre o risco de ter seu contrato rescindindo.

O Fluminense, evidentemente, reagiu ao vídeo. Através de suas redes sociais, o tricolor lamentou que ainda haja esse tipo de intolerância no futebol: "Sexualidade é diversidade. A intolerância não pode ter mais espaço na nossa sociedade. O Fluminense é um #TimeDeTodos, como todo clube deveria ser. E lamenta que alguns ainda deem lugar para o preconceito. O Fluminense entende que uma vitória seguida de homofobia é um a derrota para o esporte. Para a sociedade", postou o clube.

Ontem a Ferj publicou uma resolução na qual proíbe que Fluminense e Vasco se enfrentem no Maracanã em competições organizadas pela entidade até que os dois clubes entrem em acordo sobre a localização de suas torcidas no estádio.

O decreto é válido apenas para jogos do Campeonato Carioca. No Brasileirão, vale a regra de 90% dos ingressos para a torcida do time mandante. Além disso, nos últimos anos, quando tinha o mando de campo em clássicos, o Vasco passou a disputar as partidas em São Januário.