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A primeira final do ano

Vasco, dono da melhor defesa, e Fluminense, do melhor ataque, decidem o título da Taça Guanabara no Maracanã

Rafael Ribeiro/Vasco -
Alberto Valentim bota a mão na massa em treino em São Januário. Na avaliação do treinador vascaíno, final da Guanabara é justa pelo que as equipes fizeram
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Os holofotes do Campeonato Carioca estavam todos apontados para o Flamengo e seus reforços milionários, no começo da competição. Passadas a fase de classificação e as semifinais da Taça Guanabara, o protagonismo já é outro. Times mais consistentes até o momento, a nível de atuação e resultados, Vasco e Fluminense chegam à final como melhores defesa e ataque, respectivamente. Quinze dias depois de medirem forças no Mané Garrincha, em Brasília, os rivais voltam a se enfrentar, dessa vez no Maracanã, que recebe a decisão do primeiro turno, às 17h.

"A final é justa. São dois times que fizeram por onde", resumiu Alberto Valentim.

>> Acompanhe o jogo minuto a minuto

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Alberto Valentim bota a mão na massa em treino em São Januário. Na avaliação do treinador vascaíno, final da Guanabara é justa pelo que as equipes fizeram (Foto: Rafael Ribeiro/Vasco)

O último confronto entre os finalistas foi apenas há duas semanas, mas a decisão de hoje remete a um episódio de seis anos atrás. Na ocasião, Vasco foi o primeiro colocado do grupo que teve o Fluminense como segundo classificado. Depois de os vascaínos levarem a melhor no clássico da fase de grupos, chegaram à final do turno como única equipe ainda 100% no campeonato. Mas foi o Flu de Deco e Fred que se sagrou campeão, com um contundente 3 a 1 no Engenhão.

Embora o Fluminense tenha conquistado o título carioca, desde então o Vasco iniciou uma verdadeira supremacia no clássico. Dos 22 duelos posteriores àquela decisão de Guanabara, foram 13 vitórias vascaínas, cinco empates e apenas quatro triunfos tricolores. Em quatro confrontos eliminatórios entre ambos todos pelo estadual o Vasco levou a melhor em três: semifinal da Taça Guanabara de 2013 e semifinais dos Cariocas de 2014 e de 2018.

A partida de Brasília, mais fresca na memória, ainda dá pano para manga. O tricolor não lidou bem com a derrota, sobretudo por reclamar de um pênalti não marcado em Bruno Silva, logo no começo do clássico. Foi o que admitiu o goleiro Rodolfo.

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Fernando Diniz, que não abre mão da posse de bola, observa treino no CT do Fluminense (Foto: Lucas Merçon/Fluminense FC)

"Está engasgado, pois a vitória que eles tiveram nós não digerimos direito. Mas acredito que será uma partida diferente. Nosso time chega mais preparado e vai ser uma grande final", reconheceu.

Rumos distintos de Valentim e Diniz

O desvio de rota de Vasco x Fluminense nos últimos anos não é a única grande mudança que marca a decisão desta tarde. Representantes da nova geração de treinadores, Alberto Valentim, de 44 anos, e Fernando Diniz, de 43, iniciaram suas carreiras com a mesma filosofia de jogo, baseada na posse de bola.

Com o tempo, o ex-meia reforçou sua preferência, sem abrir mão do estilo que prioriza a parte ofensiva a partir de passes e mais passes. O ex-lateral-direito, por sua vez, tomou uma decisão que transformou seus times.

Nas mesmas semifinais de Carioca em que o Vasco eliminou o Fluminense nos acréscimos, em 2018, Valentim comandava o Botafogo na vitória sobre o Flamengo. Na ocasião, o técnico abriu mão da posse de bola, e optou, com sucesso, por um jogo mais reativo.

As convicções atuais de ambos são comprovadas pelas estatísticas. O Flu tem 65% de posse de bola na competição, contra 52% do Vasco. Em média, o time de Diniz troca 502 passes por jogo, 149 a mais que o de Valentim. Um choque de estilos que definirá o primeiro campeão do ano no Rio.

Vasco: Fernando Miguel, Cáceres, Werley, Leandro Castán e Danilo Barcelos; Raul, Lucas Mineiro, Yago Pikachu, Bruno César (Dudu) e Marrony; Maxi López. Fluminense: Rodolfo, Ezequiel, Matheus Ferraz, Digão e Marlon; Airton, Bruno Silva e Daniel; Luciano, Yony González e Everaldo. Juiz: Bruno Arleu de Araújo.

Lucas Merçon/Fluminense FC - Fernando Diniz, que não abre mão da posse de bola, observa treino no CT do Fluminense