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Vasco segura empate no Castelão e, apesar dos sustos, garante permanência na elite em 2019

Carlos Gregório Jr/Vasco.com.br -
Torcida que se acostumou no passado com glórias vibrou ontem com o empate sem gols diante do Ceará, resultado que manteve o clube na elite
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A Chapecoense venceu, o Sport também, mas o Vasco fez seu dever não de casa, mas de fora de casa, e, mesmo sem ter vencido um jogo sequer longe de seus domínios, assegurou permanência na Série A de 2019 ao empatar sem gols com o Ceará, no Castelão. Num jogo tenso, o time carioca ao menos mostrou personalidade e quase não sofreu sustos – em campo, porque fora, devido aos gols que seus adversários diretos na luta contra a degola faziam, o sufoco foi gigante na Colina.

Com 43 pontos, o Vasco terminou em décimo sexto, a um ponto do descenso. Foram dez vitórias, 13 empates e 15 derrotas. Com saldo de sete gols negativos, sua defesa acabou sendo mais vazada até do que a do rebaixado América-MG. Em suma, performance e retrospecto que em nada lembram a grandeza vascaína.

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Torcida que se acostumou no passado com glórias vibrou ontem com o empate sem gols diante do Ceará, resultado que manteve o clube na elite (Foto: Carlos Gregório Jr/Vasco.com.br)

Incrível como um clube com tamanha história tenha que, ano após ano, passar por situações tão melancólicas. Sua torcida enorme, que se acostumou a disputar títulos, hoje é obrigada a torcer por jogadores limitados, que não condizem com a gama de ídolos que fizeram do clube um dos mais vitoriosos do país. Mais uma chance foi dada este ano pelo destino. Que em 2019 o clube reencontre o rumo, se ajeite e se prepare para não depender tanto da sorte.

Ontem, o primeiro tempo foi fraco. Maxi López mandou a bola para as redes nos primeiros minutos., mas o gol não valeu: estava impedido. No segundo tempo, aos 24, na melhor chance do jogo, Marrony, uma das raras gratas revelações da temporada, ficou cara a cara com Éverson, que salvou. No entanto, a salvação maior foi mesmo o empate sem gols. Que todos os sustos sofridos ao longo da temporada sirvam de alerta para o Vasco na próxima.

Ceará: Éverson, Samuel Xavier, Valdo, Luiz Otávio e Felipe Jonatan; Juninho, Richardson, Calyson (Éder Luís), Ricardinho (Wescley) e Felipe Azevedo (Cardona); Arthur. Vasco: Fernando Miguel, Luiz Gustavo, Werley, Leandro Castán e Willian Maranhão (Ricardo Graça); Raul (Desábato), Andrey, Kelvin, Thiago Galhardo e Caio Monteiro (Marrony); Maxi López. Juiz: Raphael Claus (SP). Cartões amarelos: Ricardinho, Richardson, Willian Maranhão e Raul. Cartão vermelho: Samuel Xavier.

Planejamento começa hoje

Em alguns momentos do jogo de ontem, a torcida vascaína ficou com o coração na mão. Primeiro, quando a Chapecoense abriu o placar diante do São Paulo com Leandro Pereira, resultado que se manteve e salvou o time de Chapecó. Depois, no momento em que o Sport fez um, com Rogério, e depois outro, com Hernane, assegurando vitória sobre o Santos, que diminuiu com Rodrygo. Caso sofresse um gol, o Vasco jogaria a Série B.

Contratado em agosto para levar o clube a voos mais altos, o técnico Alberto Valentim pretende conversar ainda hoje sobre planejamento, no almoço que terá com a diretoria cruzmaltina. “Quando cheguei, disse que íamos brigar em cima, mas não conseguimos. Precisamos fazer muito mais”.

Sua performance, assume, o incomoda: “Sei que meus números são baixos. Começamos mal, até porque a perda de alguns jogadores nos atrapalhou muito. Tive que improvisar bastante, mas, ainda assim, o time criou identidade e padrão”. Para 2019, novas perspectivas. “Começando o trabalho na próxima temporada, vamos em busca de fazer um ano melhor, do tamanho do que o Vasco merece”.

Fernando Minguel assina embaixo: “Que tudo que passamos nessa temporada e nos últimos anos sirva de lição, porque senão vamos continuar brigando contra esse tipo de situação. Não estamos comemorando a permanência, e sim ter lutado contra nossas próprias limitações. Estamos aliviados, mas muita coisa tem que mudar. O Vasco não merece passar por isso”, disse o goleiro, que tomou a posição do antigo ídolo Martín Silva.