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Com Palmeiras já campeão, briga contra o descenso mobiliza cinco torcidas

Lucas Marçon -
Torcida do Fluminense
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Já são quase 16 anos desde a transformação do Campeonato Brasileiro em uma competição de pontos corridos. Apesar da completa adaptação, ainda há os saudosos do mata-mata, que defendem o retorno do antigo formato. O argumento, quase sempre, é o mesmo: emoção.

Sentimento causado por surpresas como a de 2002, quando o modelo da competição permitiu eternizar o Santos de Diego e Robinho, que havia terminado a primeira fase em oitavo lugar. Do outro lado, a palavra preferida é justiça. Premiar quem teve maior regularidade ao longo do torneio, e não só na sequência decisiva.

E não se trata de um formato sem espaço para diferentes sensações, já que existem diversas batalhas simultâneas, seja por título, vaga na Libertadores ou permanência na elite. Na impossibilidade de medir sentimentos, analisar o que estava em jogo na última rodada das edições de pontos corridos é um bom parâmetro para saber até onde a disputa é emocionante.

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Torcida do Fluminense no Maracanã. Tricolores chegam ao fim com o coração na mão (Foto: Lucas Marçon)

A 38ª rodada da edição atual começa hoje, com a definição da vaga restante na Libertadores, disputada entre os Atléticos Mineiro e Paranaense. A rodada decisiva, no entanto, se destaca pela desesperada guerra contra o rebaixamento.

Na briga pelo título, o Brasileiro vem apresentando poucas surpresas nos pontos corridos. Apenas seis foram as vezes em que o campeão só foi conhecido na última rodada: 2004, 2005 e de 2008 a 2011.

Nunca houve um time que assumisse a liderança na partida derradeira, embora em 2009, no hexacampeonato do Flamengo, quatro candidatos ainda estivessem vivos. Nos sete campeonatos mais recentes, contando com o atual, o troféu foi garantido com antecedência.

A situação muda de figura quando a luta é por vaga na Libertadores. Dos 16 campeonatos por pontos corridos, em 13 ainda havia duelos decisivos na última rodada. Na edição atual, o Atlético-MG, em sexto, tem a vantagem de depender apenas do seu resultado contra o Botafogo, no Independência. Caso tropece, a equipe mineira precisará secar o Atlético-PR, que visita o Flamengo no Maracanã. O rubro-negro paranaense se apega às sete vezes em que aconteceram mudanças no bloco dos classificados na última rodada. Só 2004, 2012 e 2014 ofereceram poucas surpresas no quesito, com tudo já definido anteriormente.

A emoção que costuma faltar na corrida pelo título é toda compensada pelo drama da fuga do rebaixamento. À exceção de 2006, quando Santa Cruz, Fortaleza, São Caetano e Ponte Preta tiveram o descenso decretado por antecipação, a 38ª rodada sempre levou torcedores à mais profunda angústia. E a situação mais extrema se deu em 2015.

Foi nesse ano que cinco times – Goiás, Vasco, Figueirense, Avaí e Coritiba – chegaram ao limite do campeonato querendo correr das três vagas ainda restantes do Z-4. Melhor para o Figueirense, que saiu da zona da degola e ainda rebaixou o rival Avaí, junto com Goiás e Vasco.

O número de “candidatos” à disputa da Série B em 2019 é o mesmo, mas restam apenas mais duas vagas, pois Paraná e Vitória já estão rebaixados. Sport e América-MG tentarão a salvação, enquanto Chapecoense, Vasco e Fluminense buscam, ao menos, permanecer onde estão. Uma coisa é certa: emoção não vai faltar, mas é bom tomar cuidado com o coração.

* Sob supervisão de Mauricio Fonseca