Maurício Rands, um dos coordenadores do programa da candidata presidencial Marina Silva (PSB), teria defendido uma postura mais construtiva do Governo brasileiro em relação aos Estados Unidos, como apontou o jornal espanhol El País em matéria deste sábado (27). De acordo com a notícia, em o lugar nem o contexto do discurso foram casuais: Rands estaria participando de um colóquio em Washington, em um fórum empresarial. O discurso teria surgido em um momento onde as relações entre Brasil e Estados Unidos ainda não se recuperaram plenamente após a relação entre os países ter sido abalada há um ano pela revelação de espionagem norte-americana sobre a atual presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição.
O jornal afirma que Maurício Rands, durante seu mandato como deputado pelo Partido dos Trabalhadores (PT), integrou o grupo Brasil-EUA e apresentou à Câmara um projeto para eliminar a dupla tributação que havia entre os dois países americanos. Agora, segundo o jornal, Rands estaria levando a mensagem de que Marina é o símbolo da mudança acerca das relações abaladas para um público integrado por representantes de grandes empresas dos dois países e de órgãos do Governo Obama.
O discurso de Rands teria sido conciliador na esfera diplomática e paralelo às demandas dos empresários norte-americanos que tem algum tipo de interesse no Brasil. Admitindo que não seria uma tarefa fácil, o ex-deputado apostou em esforços para chegar inclusive a um tratado de livre comércio entre a primeira e a sétima economia mundial, se mostrando confiante ao induzir que esse acordo seria facilitado com uma nova liderança presidencial no Brasil.
O jornal de Madrid diz que Rands comparou Obama e Marina ao afirmar que as campanhas presidenciais dos dois eram sobre mudança e esperança e lembrou também que, caso eleita nas eleições de outubro, a candidata do PSB será a primeira presidente negra do Brasil – tal qual foi Obama nos Estados Unidos.
Rands também teria feito críticas ao discurso que a candidata à reeleição Dilma Rousseff fez na última quarta-feira (24), em ocasião da Assembleia Geral da ONU. Rands teria lamentado que a presidente estivesse parecendo mais preocupada com outros assuntos que não os de temática global. O coordenador de campanha criticou uma postura pouco ativa do Brasil no combate ao terrorismo internacional – mas, segundo o jornal, evitou relacionar a questão com a situação do Estado Islâmico. De acordo com Rands, o papel global do Brasil estaria ainda muito limitado.
*Do programa de estágio JB