O deputado federal Gabriel Chalita (PMDB), que apoia Fernando Haddad (PT) no segundo turno das eleições em São Paulo, fez elogios ao candidato petista, durante entrevista ao Terra nesta segunda-feira. Chalita comentou a incorporação de algumas de suas propostas no plano de governo de Haddad, e preferiu não fazer ataques diretos ao adversário José Serra (PSDB). Chalita criticou, porém, os rumos da campanha e a polêmica em torno do kit anti-homofobia, que ganhou espaço nesta reta final.
"Saio feliz desse processo eleitoral. Entrei de cabeça na campanha de Haddad", disse Chalita, afirmando que o petista representa a mudança que ele próprio propôs no primeiro turno. "Haddad tem tudo, pela novidade, pela vontade."
Chalita comentou sua saída do PSDB, que se deu por conflitos com José Serra, e fez um paralelo com sua situação política atual. "Tem gente no problemas com PT e tem gente muito boa. E de fato acredito que o Haddad está incorporando nossas propostas", resumiu, sobre o apoio. A gestão atual do prefeito Gilberto Kassab (PSD) foi criticada por Chalita, que lamentou a falta de hospitais em regiões como Parelheiros e Perus.
Entre as propostas de Chalita agregadas por Haddad, o entrevistado mencionou as UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento), e investimentos em cultura. "A nova geração de empregos em São Paulo está na cultura", opinou Chalita. "Ele assumiu o compromisso de fazer centros culturais onde não há centro cultural."
Ataques na campanha e kit-gay
Chalita lamentou os rumos da campanha, voltada para ataques e trocas de acusações, e a polêmica em torno da proposta do kit anti-homofobia, chamara pejorativamente de "kit gay". "A campanha na televisão está feia. A discussão do kit gay, por exemplo, é uma discussão tão pequena para as pessoas que passam fome em São Paulo, para as mães que não têm vaga na creche", disse.
"Esse debate é irresponsável, sendo que o material nem chegou às escolas. São Paulo tem uma marca de conviver com diferenças, são várias tribos. O prefeito tem que compreender isso. Reduzir o debate ao tema é empobrecer", opinou.
"O Haddad tem que se defender, e então começa a criticar também. A impresssão que passa é que como o Serra está com muita rejeição, ele precisa aumentar a do outro", disparou.
PMDB nacional
Chalita negou a possibilidade de Sérgio Cabral tomar o lugar de Michel Temer na vice-presidência. "O Temer agrega o partido, conseguiu pacificar. Ele vem fazendo uma articulação muito boa, e a Dilma gosta dele. O Temer não é aquele vice de pedir cargos, de apunhalar. A tendência é que a chapa continue como está", afirmou.
2014
O deputado afirmou que ainda não tem planos para 2014. "Gostei muito da dispuita executiva, mas está cedo para saber", disse. Ele também negou que será o titular da pasta municipal voltada para a educação caso o petista seja eleito. "Minha contribuição agora é como deputado federal, mas ajudar o Haddad em São Paulo."
Mensalão
Sobre o julgamento do mensalão, Chalita afirmou que casos de corrupção aparecem em todos os partidos. "Colocar todas as pessoas de um mesmo partido em um único balaio está errado. O PT tem corrupção, o PSDB tem corrupção, o PMDB tem corrupção. E não tem nenhuma denúncia de corrupção contra Haddad, não podemos ser injustos."