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Rio tem recorde de presos por crimes eleitorais no País

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O estado do Rio de Janeiro bateu o recorde de presos por crimes eleitorais durante um pleito. Segundo o presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ), foram apreendidas 758 pessoas, a grande maioria por propaganda de boca de urna. "Tenho informações de que este é o recorde de prisões da história do Brasil", afirmou o desembargador Luiz Zveiter.

Durante a eleição, o TRE recebeu 1358 denúncias, 10 vezes mais do que no pleito passado, em 2010, quando ocorreram pouco mais de 100 denúncias e foram presas 145 pessoas. "Isto aconteceu porque houve uma resposta da população. Agora esperamos bater um recorde de apuração destes crimes eleitorais para que estas pessoas possam ser punidas. Este número de prisões é porqiue houve mais fiscalização e as pessoas que apostaram no caos do processo eleitoral, se deram mal", afirmou Zveiter.

Entre as novidades de estratagemas para tentar burlar o pleito, o TRE chamou atenção para a apreensão de um chaveiro que continha uma microcâmera, em Magé. O eleitor recebia R$ 100 para votar em um candidato e devia comprovar com o equipamento, que deveria ser devolvido no final da votação. "As pessoas procuram sempre algo para tentar burlar. Hoje o Rio deu demonstração que o intuito de dar tranquilidade ao eleitor é mais importante. Não houve denúncia de eleitor pressionado, seja pelo tráfico, seja por milícia, que o tribunal não tenha dado uma resposta", afirmou Zveiter.

Nove candidatos foram pegos fazendo propaganda de boca de urna em vários municípios ¿ Léo da Comunidade, candidato a vereador da Rocinha, conseguiu fugir. Os candidatos a vereador Eduardo Moura e João Ricardo foram presos na capital. No interior, o candidato a vice prefeito de Itaboraí, Sabiá, da chapa de Ricardo da Carol, também foi pego fazendo propaganda de boca de urna. Os outros candidatos a vereador presos são Roberto Rodrigues e José Carlos, de Nova Friburgo, Pedrinho da Locan, de Pati de Alferes, Helinho Anomal, de Campos dos Goytacazes, Bill e Irmão Caio, de Itaboraí.

Segundo Zveiter, os candidatos não devem ter prejuízos caso sejam eleitos porque o crime é de menor potencial ofensivo e normalmente sua pena resulta em serviço social. "Não traz consequência para a candidatura, fica apenas o mau exemplo", disse o desembargador.

Zveiter ainda informou que 258 urnas deram algum tipo de problema e foram substituídas, 115 somente na capital fluminense. Duas cidades cariocas já têm o resultado da apuração: Lages de Muriaé e Miracema. A previsão do TRE é que a apuração no Rio de Janeiro já esteja definida até as 20 horas.