O candidato do PRB à prefeitura de São Paulo, Celso Russomanno, irritou-se neste sábado ao responder uma denúncia de lobby feita por uma matéria do jornal Folha de S. Paulo. Segundo o texto, em 2004, quando era deputado federal por São Paulo, Russomanno defendeu os interesses da Valor Capitalização, empresa controlada pelo Banco Santos que deu calote em 110 mil pessoas.
"Não tem lobby nenhum, absolutamente nada. Não saí (em defesa da empresa), fiz várias reportagens contra a Valor Capitalização por causa de não atender consumidor. Quem assistir minhas matérias no YouTube vai ver isso, não existe lobby", afirmou o candidato. De acordo com a reportagem, Russomanno levou à Advocacia-Geral da União uma proposta da Valor para que os bingos, fechados em fevereiro daquele ano, fossem autorizados a vender títulos de capitalização.
"A Valor tinha dificuldades financeiras, eu estava fazendo matérias contra ela, e eles disseram que talvez com aquela solução eles pudessem recuperar a empresa", explicou Russomanno, irritando-se. "Onde eu fiz alguma coisa errada quando eu fiz uma consulta para saber se a gente podia resolver o problema de uma empresa que estava lesando o consumidor? Eu não estava lá para ajudar a empresa, eu estava lá para resolver o problema daqueles que iam ficar sem condição se a Valor Capitalização fechasse. E fechou. Por que o Banco Central não fiscalizou quando devia ter fiscalizado? Por que os órgãos de defesa do consumidor não fizeram o papel que deviam ter feito? Agora eu sou o responsável? Eu que estava gerenciando a empresa? Não era eu!"
Antes de sair para a caminhada no bairro da Freguesia do Ó, onde chegou após o meio-dia, Russomanno criticou a "invenção" de denúncias contra ele. "Cada hora, cada dia que passa, inventam uma coisa nova. Vamos resolver o problema da cidade, ou será que ninguém quer discutir São Paulo? Será que as pessoas não estão preocupadas com a eleição de São Paulo? É religião, é isso, é aquilo... Que denúncia é essa? Não existe denúncia. Existe simplesmente uma orquestração para não discutir São Paulo, pra não falar da cidade", criticou.