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Prévias no Recife enfraquecem o PT, há 12 anos no poder 

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A realização de prévias no domingo para decidir quem será o candidato do PT nas eleições de outubro no Recife pode ameaçar o poder da sigla, que comanda a capital pernambucana há 12 anos. "Sem dúvidas as prévias enfraquecem o partido, nunca fiz segredo disso. Trabalhamos ao máximo para evitar essa disputa interna, mas ela está prevista no estatuto e é uma forma dos nossos filiados resolverem os conflitos", afirma o presidente do PT no Estado, deputado federal Pedro Eugênio.

O atual prefeito do Recife, João da Costa, e o deputado federal e secretário de Estado licenciado, Maurício Rands, vão disputar a partir das 9h domingo o voto de pelo menos 30 mil filiados. Segundo o presidente da sigla, o confronto é resultado de um histórico de divergências. "Um grupo de lideranças internas entendeu que seria melhor para o partido indicar uma candidatura alternativa, do Maurício Rands, e o processo ganhou corpo", afirma Eugênio.

Ele ainda disse que o grande desafio do candidato vencedor será unir a Frente Popular - aliança dos partidos que compõem a administração municipal - em busca da vitória contra os candidatos da oposição. "Mesmo com a disputa, o apoio da população ao PT continua. O que precisamos é garantir a manutenção da aliança qualquer que seja o nosso candidato". Tanto os partidos da oposição, quanto os aliados aquardam a definição de domingo para indicar apoios.

De acordo com o presidente da sigla, não é possível afirmar qual candidato é favorito, já que a sigla está dividida. João da Costa tem a vantagem de estar no comando da prefeitura. Já Rands tem a corrente petista Construindo um Novo Brasil (CNB) a seu favor, com apoio de sindicatos, grupos religiosos, vereadores, deputados e os militantes que seguem suas orientações.

Desentendimento no PT

A indicação do candidato por eleição primária mostra que o PT passa por um momento delicado no Recife. Os primeiros sinais de desagregação ficaram claros quando o prefeito João da Costa, que assumiu em 2009, rompeu com o seu antecessor, João Paulo, eleito deputado federal com a maior votação do partido no Congresso Nacional. Então, o nome de Maurício Rands surgiu também para concorrer à representação da candidatura do PT à prefeitura.