Aliados da candidata à presidência da República, Dilma Rousseff (PT), se reuniram na noite desta segunda-feira (25) em um evento pró-Dilma no Circo Voador, centro do Rio de Janeiro, para estimular a militância a permanecer nas ruas conquistando votos. O senador eleito nesta eleição, Lindberg Farias (PT), disse que os militantes precisam conquistar mais votos até o dia 31 para que não haja risco de Dilma perder as eleições.
"O PT no Rio está correspondendo ao que queríamos. Em vários bairros estão sendo realizados atos pró-Dilma. Amanhã haverá uma série de movimentos a favor da campanha petista, tanto na capital como no interior", disse.
Lindberg ainda afirmou que o apoio que a petista recebera de alguns intelectuais e artistas em evento na zona sul da cidade na última segunda-feira (18), como Chico Buarque e Oscar Niemayer, foram fundamentais para consolidar a vitória de Dilma entre a classe média carioca. "Os intelectuais saíram em defesa do Lula e acho que o movimento da semana passada foi importante para a consolidação da Dilma entre a classe média carioca", declarou.
O ex-ministro do Meio Ambiente do governo Lula, Carlos Minc, estava presente no encontro e afirmou que o fim do segundo turno está bem melhor se comparado ao início, em que discussões sobre religião e aborto eram os principais temas debatidos.
"Acho que a campanha melhorou muito nessa reta final. No início do segundo turno estava muito conservadora, com a discussão do aborto, religião, direitos dos homossexuais e das mulheres. Sempre defendo que deveria ter menos água benta e mais luta social", disse Minc. O ex-ministro acrescentou que sabia que o resultado expressivo de Marina Silva (PV) no primeiro turno faria alavancar os temas referentes ao meio ambiente e do desenvolvimento sustentável.
"As pessoas estão confiantes. No primeiro turno muita gente achava que a eleição estava ganha, agora eu percebo que a mobilização cresceu, todos querem mostrar serviço e desejam uma definição¿, declarou Minc.
A aliada de coligação e deputada federal eleita Jandira Feghali (PCdoB), ao contrário dos colegas, disse acreditar que a eleição já está definida. "Esse evento é uma mistura de linguagem, é uma mistura de beleza , de riqueza e mostra que a campanha da Dilma é composta de gente de todas as cores, classes sociais e bairros do Rio. Não tem como perder mais a eleição, ela está abrindo nas pesquisas. O adversário estagnou e nas últimas pesquisas está caindo. Depois de tudo o que fizeram contra Dilma, ela não perde mais. Ontem em Copacabana parecia que os aliados do Serra queriam anexar o Rio a Sao Paulo e Minas Gerais, isso não tem cabimento", atacou Jandira.
Entre os aliados presentes estavam também o deputado federal reeleito Luiz Sergio (PT) e o ex-secretario da Igualdade Racial e deputado federal eleito Edson Santos (PT).
Conflitos entre militantes
Minc ainda falou sobre a briga regionalizada entre militantes no PT e do PSDB da última semana. O ex-ministro afirmou que sempre foi contra qualquer tipo de ato violento entre as duas campanhas e disse ter enviado entre sexta (22) e sábado (23) vários e-mails e mensagens pelo Twitter pedindo aos militantes petistas que não fossem até a orla de Copacabana no domingo (24) pela manhã, já que neste horário haveria comício de José Serra (PSDB).
O objetivo, segundo Minc, era evitar que novas cenas de violência voltassem a acontecer na capital fluminense entre integrantes das duas coligações. "Fui contra o possível encontro do PT com o PSDB em Copacabana no domingo. Sempre defendo a guerra de ideias e não de agressões. Nessa altura do campeonato, não há que colocar eleição em risco. A discussão não é essa. As últimas pesquisas de intenção de voto mostram uma diferença a nosso favor de até 14 pontos", concluiu.