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BRASÍLIA - Em entrevista à rádio Jovem Pan, na manhã desta quinta-feira (2), Marina Silva, a candidata do PV à presidência da República, anunciou o início de uma campanha que tem como objetivo disseminar a hashtag #MantegaChegaDeOmissão no Twitter (hashtag é uma etiqueta usada para facilitar a busca de assuntos tuitados, que pode chegar ao "trending topic" se for muito repetida). O objetivo é incentivar a cobrança dos eleitores para que o ministro Guido Mantega se explique a respeito da quebra do sigilo fiscal de Verônica Serra, filha do candidato à presidência pelo PSDB, José Serra.
"Como é que pode?", indagou a senadora, "num episódio como esse o Ministro não dar uma palavra". "Se fosse em outro país, nos Estados Unidos, na Europa, o ministro já estava dando explicação no Congressso, explicação para a sociedade", completou.
Na primeira publicação da hashtag, hoje pela manhã, Marina escreveu em seu Twitter (@silva_marina): "entre a vitimização de @joseserra e a omissão de Mantega tem uma sociedade inteira vulnerável".
A candidata verde aproveitou a entrevista de hoje para chamar os eleitores para a campanha: "todos aqueles brasileiros que podem estar com seu sigilo fiscal na mão de alguém, pronto pra fazer algum tipo de chantagem, que também participe".
Para Marina, deve haver uma punição rápida e rigorosa e uma investigação séria e transparente. "Eu não vou fazer acusação específica a ninguém", afirmou.
Entenda o caso
O caso veio à tona por meio de uma reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, publicada na noite de terça-feira (31), apontando que documentos da investigação da Corregedoria da Receita Federal revelaram o acesso de dados fiscais da empresária Verônica Serra, filha do presidenciável tucano. O acesso teria sido feito pela funcionária Lúcia de Fátima Gonçalves Milan, que trabalha na agência da Receita, em Santo André (SP), no dia 30 de setembro de 2009.
Na procuração citada pelo órgão consta a assinatura que seria da filha do candidato tucano feita no dia 29 de setembro de 2009. O portador Antonio Carlos Atella Ferreira teria, segundo a documentação em poder da Receita, reconhecido firma no dia 30 de setembro, no mesmo dia em que retirou as cópias no órgão. Para a Receita , no entanto, a apresentação da procuração descaracteriza a quebra de sigilo.
Nesta quarta-feira (1), o 16º Tabelião de Notas de São Paulo afirmou que "o reconhecimento de firma é falso" na procuração supostamente assinada pela filha do candidato José Serra. Verônica também negou que tenha assinado tal documento.