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Dilma afirma: Serra é "leviano" ao me vincular à violação do sigilo

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Portal Terra

CLAUDIO LEAL - Num tom duro, a candidata à presidência da República, Dilma Rousseff (PT), defendeu, em entrevista ao Jornal do SBT, "uma apuração drástica" da violação dos dados fiscais da filha de José Serra, Verônica, e acusou seu rival de agir "com leviandade" nas denúncias contra sua campanha. "Vamos aos fatos. Há um procurador que vai à Receita Federal e com um reconhecimento de firma, que a Receita não tem como naquele momento saber se é falso ou não, pede as declarações e não tem como ver se é falso ou não", expôs. "A Receita e a Polícia Federal têm que investigar profundamente (...) e punindo, se for o caso", disse.

Com o ar de contrariada, a petista criticou a postura de Serra e desfez as vinculações entre a violação do sigilo e dossiês do PT. "Eu não entendo as razões, algumas até entendo, que levam o candidato da oposição a levar contra minha campanha uma acusação tão leviana, que não tem provas". Dilma argumentou que, em setembro de 2009, quando houve o acesso ao banco de dados da Receita, sua "campanha não existia". "Nem pré-candidata eu era", alegou.

A candidata prosseguiu, cortando um novo pedido de esclarecimento do apresentador Carlos Nascimento. "Posso te explicar uma coisa? Não é possível uma ilação dessa espécie...". Ela lembrou os vazamentos atribuídos a políticos do PSDB, a exemplo do relacionado às "dívidas de deputados junto ao Banco do Brasil, no momento em que se discutia a reeleição". E fez um ataque velado ao senador tucano Alvaro Dias: "em setembro de 2009, para se fazer a CPI da Petrobras, esse mesmo senador divulgou vazamento de dados absolutamente sigilosos sobre a direção da Petrobras(...). Achamos isso inadequado e antiético e não tivemos essa ilação".

Para Dilma, os membros do PSDB "são vazadores contumazes ou pessoas que não tem ética suficiente pra lidar com a coisa pública". Completou: "A maior interessada nessa apuração sou eu. Quero repudiar essa prática de levantar acusações e não apresentar uma única prova".

No primeiro bloco, Dilma prometeu não submeter um novo projeto de CPMF ao Congresso Nacional. "Não penso em recriar a CPMF, porque creio que não seria correto", afirmou. "Eu reclamo sempre que alguém que perde R$ 40 bilhões e as coisas continuam iguais(...). Vamos ter o aumento da arrecadação devido ao crescimento do próprio Produto Interno Bruto (PIB). E esse aumento tem que ir pra Saúde".

O apresentador Carlos Nascimento perguntou-lhe se algum envolvido no escândalo conhecido como "mensalão", em 2005, integraria seu eventual governo. "Antes de julgar, não", respondeu a candidata.