Filippo Cecilio, Portal Terra
S O PAULO - O candidato do PSol à presidência da República, Plínio de Arruda Sampaio, aproveitou nesta quinta-feira (12) a gravação de uma entrevista ao Jornal Nacional para protestar contra o tempo reduzido que a Rede Globo lhe oferecera (três minutos, contra doze para os demais candidatos), e teve a gravação interrompida.
Após ouvir a primeira pergunta, Plínio pediu para fazer um breve pronunciamento, de acordo com seu próprio relato. "Fiz uma brincadeira dizendo que a Globo estava inaugurando duas classes de entrevista, a executiva para os candidatos chapa branca, e a econômica para mim. Disse ainda que sempre fui um homem de classe econômica e que nunca me incomodei com isso, mas que achava estranho".
Após essa declaração de Plínio, a gravação foi interrompida. A direção do jornal entendeu que se o candidato mantivesse sua fala, os jornalistas teriam que responder defendendo a empresa durante o tempo válido da entrevista.
"Houve um burburinho geral, daí se chegou ao acordo de que eu refizesse a fala", explicou o candidato. "Percebi que me prejudicaria, pois a entrevista viraria um bate-boca, então preferi a solução proposta e regravei minha resposta, apenas reclamando do pouco tempo que me deram", disse Plínio.
Na entrevista, o candidato falará sobre ocupação de terras e pagamento da dívida pública. "O que ninguém me pergunta é sobre o calote social que é cometido contra a população mais pobre", diz ele. A reportagem do Terra tentou falar com a direção do Jornal Nacional e foi informada de que ainda não havia uma posição oficial sobre o caso por parte da emissora.