ASSINE
search button

Mantega nega que MF tenha errado para favorecer Lula e Dilma

Compartilhar

Juliana Dal Piva, Portal Terra

S O PAULO - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, convocou uma entrevista coletiva, nesta quinta-feira (12), para explicar dados e estatísticas apresentados no último boletim econômico divulgado, na terça-feira (10), pelo Ministério da Fazenda. Em reportagem, o jornal Folha de S. Paulo apontou uma série de irregularidades em pontos do documento, que inflariam feitos econômicos da gestão do presidente Lula. Trechos do boletim também foram publicados no site da candidata à presidência, Dilma Rousseff (PT), segundo o jornal.

O ministro chegou ao auditório bem humorado e fazendo piada sobre o som ambiente, mas logo mudou de tom ao dizer que achava um "absurdo" a acusação de que o Ministério havia manipulado os dados na divulgação. Mantega afirmou que não enviou o boletim para a candidata Dilma. "Os dados estão no site do Ministério da Fazenda, são públicos. Qualquer um pode pegar."

Ele negou repetidas vezes a existência de erros nas estatísticas do boletim. Depois, admitiu o único "problema" no documento: o gráfico e o texto sobre o superávit fiscal, que estaria acima de 2% do PIB há 12 anos.

Mantega afirmou que a informação foi equivocadamente incluída no quadro sobre o governo federal. O dado, na verdade, se refere aos resultados de todo o setor público, incluindo, Estados e municípios. "Aqui nós podemos dizer que teve um problema, embora o texto esteja correto em si e o gráfico também. Os dados estão todos corretos. Não há nenhuma engabelação, ou manipulação como diz aqui (no jornal)".

Mais adiante disse não ser infalível."No boletim tem mais de 130 planilhas. Evidentemente, pode haver algum outro erro aqui dentro. É um livro de 130 páginas que nós fazemos a cada dois meses".

Questionado sobre a importância da divulgação do boletim econômico, já que todos os dados são fornecidos também por outras instituições como o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Mantega disse que o objetivo é "consolidar os dados, porque, separados não dão a visão do conjunto da economia brasileira".

O ministro da Fazenda não soube justificar porque, ao mostrar a evolução da renda per capita, foi feita uma comparação com o período entre 1995-2002 (governo de Fernando Henrique Cardoso)."Só porque tem eleição todo mundo só vê ou põe chifre em cabeça de cavalo. Porque é o período mais próximo. Não sei. Não tenho justificativa", disse.

De acordo com o jornal, a taxa apresentada no boletim, atribuída aos dois mandatos de FHC, informa o percentual de 3,5% nos oito anos. O cálculo, no entanto, desconsidera o crescimento do primeiro ano tucano, que elevaria o percentual a 6,2%.

O ministro negou erro na estatística, apesar de sua assessoria ter confirmado a falha à Folha e, inclusive, dito que iria corrigir.