Portal Terra
VITÓRIA - Depois de um terceiro bloco morno, em que o único momento controverso foi o pedido de direito de resposta solicitado pelo candidato Renato Casagrande (PSB), em razão de afirmações feitas pela candidata Brice Bragato (PSOL) sobre o financiamento de sua campanha, o quarto bloco do debate entre os candidatos ao governo do Espírito Santo foi marcado pela ironia dos debatedores.
O primeiro lance surgiu entre Renato Casagrande e Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB), quando o socialista respondia a uma pergunta do tucano sobre investimentos em infraestrutura.
Luiz Paulo afirmou que o Brasil poderia ter crescido mais nos últimos anos "se o aumento de receita não tivesse sido gasto com o aumento do custeio". Disse ainda que o Espírito Santo manda dinheiro para Brasília e não vem quase nada para o Estado. "O que vem só serve para fidelizar as lideranças que trocam subserviência por favores". Casagrande não perdeu tempo e cobrou ajuda de Luiz Paulo no esforço para trazer mais investimentos federais para o Estado. "O candidato está em Brasília e poderia nos ajudar nesse trabalho".
Em sua vez de perguntar, conforme as regras do debate, Casagrande dirigiu seu questionamento à candidata Brice Bragato. Depois de questionar a candidata sobre propostas para desenvolvimento equilibrado das diferentes regiões do Estado, Casagrande aproveitou a réplica para defender que o Estado use sua força para atrair investimentos às regiões menos desenvolvidas, ainda que recorrendo a incentivos fiscais. "Temos que usar o peso do governo para atrair para essas regiões investimentos, gerando oportunidades e, com isso, emprego, habitação, saúde", afirmou Casagrande.
Foi a deixa para Brice ironizar a atuação do atual senador, que foi secretário de Agricultura. "Fico impressionada como o candidato fala como se não tivesse nada a ver com isso aí. O Fundo (Regional de Combate à Pobreza) perdeu repasse desde o início do governo de Paulo Hartung, e o senhor é candidato dele. Seu governo repassou apenas 13,5%, quando o repasse deveria ser de 30%", atacou Brice.
No quinto bloco, os candidatos tiveram dois minutos para suas considerações finais. A ordem foi definida em sorteio e o primeiro a falar foi Casagrande. Ele reforçou o discurso de continuidade, afirmando que conhece o Estado e tem experiência para "avançar nas conquistas desses últimos oito anos". Casagrande afirmou ainda que tem condições de dar "passos mais largos", em função da aliança que construiu e está coordenando. "Essa aliança nos dá segurança política e administrativa para compor um governo de qualidade", frisou o senador.
Já o candidato Luiz Paulo aproveitou a oportunidade para reforçar a experiência em cargos executivos. "Fui testado e aprovado, por dois mandatos como prefeito de Vitória. Demonstrei competência, liderança política e lealdade, sem a qual Paulo Hartung não teria chegado ao governo do Estado". O tucano aproveitou para descontar a provocação de que tinha sido alvo no bloco anterior. "Se o eleitor votar em mim, vai realizar a sugestão de Casagrande, porque ele fica mais quatro anos no Senado e eu aqui no governo. Assim, nós trabalharemos juntos pelo estado", provocou Luiz Paulo.
As últimas considerações foram feitas por Brice, que destacou a postura de oposição de sua candidatura. "Há uma diferença grande entre o nosso projeto e o de nossos concorrentes. O nosso prega a inversão do que está aí, priorizando o social sobre o econômico". A candidata do PSOL ainda aproveitou os segundo finais para apelar ao bolso dos eleitores. "Nossa campanha é a do tostão contra o milhão. Vote em Brice e doe R$ 50 para nossa campanha, para a gente disputar contra os milhões dos adversários. De 50 em 50, com Brice ninguém aguenta", finalizou a candidata.