Portal Terra
PORTO ALEGRE - Dois candidatos que aparecem nas pesquisas como sem chances de chegar ao segundo turno da eleição para o governo no Rio Grande do Sul protagonizaram alguns dos melhores momentos do debate realizado na noite desta quinta-feira pelo Grupo Bandeirantes. Pedro Ruas (Psol), que aparece com 1% das intenções de voto no último levantamento do Ibope, assumiu o papel de franco-atirador inteligente, em uma postura semelhante à que vem sendo adotada pelo candidato de seu partido à presidência da República, Plínio de Arruda Sampaio.
O principal alvo de Ruas foi a governadora Yeda Crusius (PSDB), candidata à reeleição. Sempre que possível, Ruas voltou a associar o governo Yeda a escândalos de corrupção. Mas ele não poupou também os candidatos com os melhores desempenhos nas pesquisas: Tarso Genro (PT) e José Fogaça (PMDB).
A ambos, fez perguntas incômodas - a Genro sobre o governo federal, a Fogaça sobre denúncias de corrupção na prefeitura de Porto Alegre -, dirigiu afirmações sobre "alianças espúrias". Em uma provocação direta, assinalou que, apesar de se colocarem como adversários na eleição estadual, estão alinhados no plano nacional, lembrando da coligação PT/PMDB que tanto incomoda os dois partidos no Rio Grande do Sul.
O outro protagonista de bons momentos foi o candidato do PRP, Aroldo Medina, que não pontuou na última pesquisa do Ibope. Integrante da Brigada Militar, Medina se expressa de forma simples e objetiva e, não raro, faz um movimento sucessivo de se erguer na ponta dos pés, o que, na TV, causa certo incômodo a quem assiste.
Logo no início do debate, olhando fixo para a câmera, ele ensaiou uma conversa com os telespectadores. "No Rio Grande a população já deu chance para os grandes partidos. Recomece agora com um partido emergente, o Partido Republicano Progressista". Em outro momento, quando Yeda ironizou suas afirmações sobre a Defesa Civil, dizendo que pareciam um "ataque", Medina respondeu que tinha compromisso com os gaúchos e ia fazer "um ataque militar" contra a criminalidade. Ao falar sobre as reformas necessárias no país, disse que o governo federal "dá uma dentada no bolo tributário". E arrematou: "Enquanto não sai a reforma tributária eu vou é entrar na guerra fiscal".