O Banco Central (BC) cortou de 2,6% para 1,6% sua projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2018, atribuindo à greve dos caminhoneiros a desaceleração econômica.
"Indicadores referentes a maio e, possivelmente, junho deverão refletir os efeitos da referida paralisação, afetando a dinâmica da atividade no segundo trimestre e influenciando a revisão da projeção de crescimento anual", aponta o BC em seu Relatório Trimestral de Inflação.
A greve contra a alta dos preços do diesel paralisou o país durante cerca de dez dias, afetando o abastecimento de combustível e alimentos, num momento de recuperação da economia brasileira.
O governo de Michel Temer já tinha reduzido em maio - antes da greve - suas previsões de expansão do PIB de 2,97% para 2,5%.
As expectativas do mercado que também estavam em torno de 3% em março caíram a 1,55% nesta semana, de acordo com o último relatório semanal Focus realizado pelo BC com cerca de cem analistas.
A greve dos caminhoneiros também deve elevar a inflação, embora sem superar a meta oficial, segundo o relatório publicado nesta quinta-feira.
Em 2018, o BC prevê uma alta de preços medida pelo índice IPCA de 4,2% (frente a 3,8% em março) e de 3,7% em 2019 (frente a 4,1% no relatório de março).
O BC tem uma meta inflacionária de 4,5% para este ano. Ela deve ser reduzida gradualmente a 4,25% em 2019, 4% em 2020 e 3,75% em 2021. Em todos os casos, a meta tem margem de 1,5 ponto para cima e para baixo.
A economia brasileira também foi afetada nas últimas semanas por tensões comerciais internacionais e pela alta das taxas de juros dos Estados Unidos, que provocaram a desvalorização do real frente ao dólar.
Incertezas relacionadas às eleições de outubro também complicam o cenário.
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