Os mercados acionários americanos encerraram o pregão desta sexta-feira, 4, com forte valorização, à medida que os investidores continuam apostando com otimismo no crescimento da economia dos Estados Unidos. O sentimento positivo nas bolsas em Nova York também teve contribuição do relatório de emprego em solo americano no mês de abril, além de notícias do setor corporativo.
O índice Dow Jones fechou em alta de 1,39%, aos 24.262,51 pontos; o S&P 500 subiu 1,28%, aos 2.663,42 pontos; e o Nasdaq avançou 1,71%, aos 7.209,62 pontos. Na semana, o Dow Jones perdeu 0,20%, o S&P 500 perdeu 0,24% e o Nasdaq destoou dos demais e ganhou 1,26%.
Os movimentos das ações nesta sexta-feira eliminaram parte das perdas vistas nos índices acionários nesta semana, mas, mesmo assim, o Dow Jones fechou no vermelho pela segunda semana consecutiva. Os ganhos foram motivados pela perspectiva de que a economia dos EUA está em boa forma, enquanto o crescimento de outros países mostra sinais de desaceleração. "A visão de que a economia dos EUA está mais ou menos bem, enquanto a história do crescimento global sincronizado se desfez um pouco", afirmou Brad Bechtel, economista sênior de renda fixa do Jefferies.
Nos últimos dias, diversos indicadores da economia do Reino Unido e da zona do euro mostraram desaceleração nos primeiros meses deste ano, o que levou outras grandes autoridades monetárias, como o Banco da Inglaterra (BoE) e o Banco Central Europeu (BCE) a mudarem o discurso, adotando uma postura mais inclinada à manutenção dos estímulos. O Federal Reserve (Fed, o banco central americano), no entanto, aponta para a continuidade da elevação gradual nos juros, podendo elevar a taxa até quatro vezes neste ano.
O relatório de emprego dos EUA de abril mostrou sinais mistos quanto ao processo de aceleração do ritmo de alta de juros pelo Fed. De acordo com o Departamento do Trabalho, a economia americana criou 164 mil postos de trabalho no mês passado, abaixo dos 195 mil esperados, e o salário médio por hora apresentou avanço de 0,15% na passagem de março para abril, também abaixo das expectativas (+0,20%). No entanto, abril marcou o 91º mês seguido de criação de empregos nos EUA, a série mais longa da história do país. Além disso, a taxa de desemprego recuou para 3,9%, no menor nível desde dezembro de 2000.
Na avaliação da diretora de investimentos da Northern Trust Wealth Management, Katie Nixon, "não há sinais de alarme na frente da inflação, o Fed está nos dizendo que vai ser paciente e os ganhos são fortes". Nesse cenário, ela disse não acreditar que as bolsas estão próximas dos ganhos máximos.
As ações de tecnologia lideraram os ganhos nos três índices, com a Apple saltando 3,97%, após o presidente-executivo da Berkshire Hathaway, Warren Buffett, ter informado que a empresa comprou 75 milhões de ações da companhia no primeiro trimestre. (Com informações da Dow Jones Newswires)