Matéria publicada nesta terça-feira (20) pelo The New York Times conta que a Vale, gigante brasileira de mineração, chegou a um acordo para vender grande parte de seus ativos de fertilizantes para a Mosaic Company dos Estados Unidos, em uma negociação de US$ 2,5 bilhões.
O diário norte-americano acrescentou que o acordo ajudará a Vale a reduzir sua dívida, um grande problema que aflige muitas empresas brasileiras que enfrentam uma recessão prolongada e uma moeda local mais fraca. No início deste ano, o presidente-executivo da Vale, Murilo Ferreira, disse que queria reduzir a dívida da empresa em US $ 10 bilhões.
> > The New York Times Vale of Brazil Sells Fertilizer Business to Mosaic for $2.5 Billion
Ao mesmo tempo, avalia o NYT, o negócio dá à Vale uma importante participação minoritária na Mosaic e no crescente negócio global de fertilizantes. Para a Mosaic, com sede em Plymouth, Minn., a aquisição lhe dá um ponto de apoio na maior economia da América Latina, que possui um setor agrícola forte.
O presidente-executivo da Mosaic, James C. O'Rourke, disse em uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira (19) que ele foi atraído para o negócio em parte porque "a economia agrícola do Brasil cresceu notavelmente nas últimas duas décadas e que o crescimento continua".
Mesmo com o país enfrentando o turbilhão político e econômico atual, analisa o Times.
A Vale manterá apenas ativos de fosfatados localizadas em Cubatão. Todos os outros negócios de fertilizantes, incluindo o projeto de potássio Carnalita, em Sergipe, e atividades no exterior, foram vendidos. A Mosaic avalia ainda se ficará com o projeto Rio Colorado, na Argentina, suspenso pela Vale em 2013. De acordo com a mineradora, após a conclusão da operação, a Vale terá 11% das ações da Mosaic e direito de indicar dois membros do conselho de administração da companhia.
As ações não poderão ser vendidas em um prazo de dois anos. Depois disso, a Vale poderá se desfazer da participação. Em vídeo distribuído pela Vale, o presidente da companhia, Murilo Ferreira, diz que a associação com a Mosaic é importante porque a mineradora brasileira nunca descobriu grandes reservas de minerais usados para a fabricação de fertilizantes, mas tem estrutura logística para movimentar os produtos no Brasil.
As empresas esperam que o acordo, que exige a aprovação do CADE, regulador antitruste do Brasil, seja concluído no final de 2017, conclui o The New York Times.