Matéria publicada nesta quarta-feira (13) no The Wall Street Journal, conta que apesar de colheitas recorde terem inundado o mercado americano de milho, as importações do grão, um ingrediente crucial de rações para animais, dispararam. Isso ocorre porque oscilações no câmbio e nos custos de transporte marítimo e ferroviário se combinaram para produzir um resultado inesperado: importar milho de lugares como o Brasil e a Argentina pode sair mais barato para os criadores de gado, aves e porcos da região Sudeste dos EUA do que comprá-lo do Meio Oeste, o cinturão agrícola do país.
Segundo a reportagem, Wade Byrd observa o fenômeno em seu próprio quintal. Um número cada vez maior de caminhões que passa pela sua fazenda, em Clarkton, na Carolina do Norte, em direção aos produtores de suínos da região está transportando milho produzido a milhares de quilômetros de distância, na América do Sul, em vez de em lavouras como a dele. É bem desagradável para os produtores, diz Byrd, 72 anos, que cultiva milho, soja e amendoim numa área de 486 hectares. “Temos grãos saindo pelos ouvidos nos EUA, e ver esse milho substituir o nosso é, para mim, simplesmente incompreensível.”
O jornal americano fala que as importações continuam a ser uma parte muito pequena do mercado dos EUA, o maior exportador mundial de milho. Ainda assim, o aumento notável é um forte indicador de como o colapso dos preços das commodities e o fortalecimento do dólar tem distorcido os padrões tradicionais de comércio.