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'WSJ': Motor dos EUA pode não ser forte o bastante para salvar economia global

Banco Mundial estima que os EUA responderam por cerca de 23% do crescimento global em 2015

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Matéria publicada nesta terça-feira (8) no The Wall Street Journal, comenta que com o crescimento mundial tropeçando, grande parte do mundo está querendo pegar carona com a economia dos Estados Unidos. Só há um problema: os EUA podem não ter potência suficiente para rebocar a economia global.

O colapso dos preços das commodities e a desaceleração da China golpearam economias que antes estavam indo bem, levando muitos governos e empresas a voltar sua atenção para a relativamente resistente economia americana, que é baseada no consumo.

Segundo a reportagem, o Banco Mundial estima que os EUA responderam por cerca de 23% do crescimento global no ano passado, sua maior contribuição desde 2003. Este ano, o país deve contribuir com 21%, uma fatia ainda grande, e apresentar um crescimento maior que o de muitos países avançados. O Fundo Monetário Internacional prevê que os EUA crescerão respeitáveis 2,6% neste ano e no próximo, embora economistas do setor privado estimem uma expansão ligeiramente menor.

“O único motor de crescimento são os EUA”, disse Sri Mulyani Indrawati, diretor-gerente e diretor operacional do Banco Mundial, em um discurso ontem em Washington.

Mas alguns especialistas e reguladores se preocupam com essa dependência da economia americana. A força relativa dos EUA, dizem eles, só pode ir até um certo ponto para tirar o mundo de sua letargia. “A economia dos EUA sozinha não consegue empurrar a economia global. Nós simplesmente não temos o torque”, diz Timothy Adams, diretor do Instituto de Finanças Internacionais, associação comercial que representa as instituições financeiras.

Os formuladores de política monetária dos EUA, em eventos como a reunião das autoridades financeiras do Grupo dos 20, estão pressionando países como China e Alemanha a estimular um aumento do consumo.

“O mundo não pode depender do consumo dos EUA como primeiro e último recurso”, disse o secretário do Tesouro americano, Jacob Lew, em entrevista recente ao The Wall Street Journal. “Ele não é um motor poderoso o bastante para conduzir toda a economia global. Então, tem que haver mais demanda em outros lugares onde ela pode ser gerada.”