Matéria publicada nesta quinta-feira (18) no The Wall Street Journal, conta que as autoridades do Federal Reserve, o banco central americano, tiveram que lidar com a incerteza sobre o cenário da inflação e crescimento da economia na sua reunião de política monetária em janeiro.
Também discutiram se os riscos cada vez maiores à economia podem alterar os planos do banco central americano de elevar as taxas de juros a curto prazo.
Segundo a reportagem, o declínio dos preços das ações e do petróleo, dúvidas sobre a China, indicações de uma expectativa de queda da inflação nos mercados e outros fatores deixaram as autoridades divididas em dois grupos — os que acreditam que os riscos para a economia estão se materializando e os que querem esperar para ver.
“Os participantes julgaram que a implicação geral desses desenvolvimentos para as perspectivas da atividade econômica doméstica era incerta, mas eles concordaram que a incerteza tinha se acentuado e muitos viram esses desenvolvimentos como um agravante dos riscos para essas perspectivas”, afirmou o Fed em ata sobre a reunião dos dias 26 e 27 de janeiro, divulgados na quarta-feira (17).
O Fed manteve as taxas de juros de curto prazo inalteradas, entre 0,25% e 0,50% ao ano, na reunião de janeiro. A instituição tinha elevado os juros em dezembro e previsto outros quatro aumentos ao longo deste ano.
A próxima reunião de política monetária do Fed está marcada para os dias 15 e 16 de março. O receio das autoridades manifestado na ata da reunião de janeiro sugere que os condições para um possível aumento nas taxas de juros em março já ficaram mais rigorosas e que essas condições provavelmente são ainda mais restritas hoje devido à continuidade da turbulência no mercado e à queda na expectativa da inflação. Os operadores dos mercados futuros consideram que a chance de um aumento de juros em março é pequena, ou mesmo nula, e que há a possibilidade de o Fed não promover nenhuma alta nos juros este ano.
A ata da reunião do Fed de janeiro foi surpreendente porque as autoridades decidiram não fazer uma avaliação oficial sobre o que chamam de “análise dos riscos” para a economia — em outras palavras, se acreditam que a economia provavelmente terá um desempenho superior ou inferior às expectativas feitas pelo banco central.
Isso é importante porque é um indicativo da inclinação do Fed para elevar ou baixar juros, ou mantê-los estáveis. Essa opção de não fazer uma julgamento dos riscos mostra que estão hesitantes em elevar a taxa.