As empresas do setor de petróleo ao redor do mundo adiaram decisões sobre 68 grandes projetos em 2015, relacionados a 27 bilhões de barris de petróleo e gás natural equivalente, indica reportagem do Wall Street Journal. O cenário é visto nos Estados Unidos, Moçambique, Canadá, Angola, Cazaquistão, entre outros países. De acordo com relatório da consultoria de energia britânica Wood Mackenzie, com isso, o corte de custos do setor subiu para US$ 380 bilhões no ano passado.
O mercado de petróleo passa por um colapso há 18 meses, afetando planos de empresas gigantes do setor e provocando demissões e desinvestimentos. Na manhã desta sexta-feira (15), os barris de Brent e WTI permaneceram abaixo dos US$ 30, aproximando a commodity da projeção do Goldman Sachs e do Morgan Stanley, de que o preço deve chegar a US$ 20 -- muito abaixo dos US$ 100 registrados em 2014.
De acordo com a reportagem do WSJ, com base nos dados da Wood Mackenzie, quando os preços começaram a ficar abaixo de US$ 40, no segundo semestre de 2015, as petrolíferas adiaram decisões em relação a 22 projetos mundiais, que seriam responsáveis por cerca de 7 bilhões de barris de petróleo e gás natural equivalente.
Angus Rodger, analista da Wood Mackenzie, reforçou, em declaração divulgada junto com o relatório, que este cenário de curto prazo desestimula novos investimentos. "O impacto dos preços mais baixos do petróleo sobre os planos das empresas foi brutal."
Além disso, a queda nos custos de exploração de petróleo, que seria decorrente do baque nos preços, ainda não veio.
Para que novos projetos sejam sustentáveis, é necessário que a cotação do petróleo esteja em torno US$ 62, mais que o dobro do valor atual. "Com os preços do petróleo registrando novas mínimas no início de 2016 e a restrição na alocação de capital, a lista [de investimentos adiados] continuará a crescer", alerta o relatório da Wood Mackenzie.