O Ibovespa zerou suas perdas e fechou em alta nesta terça-feira (24), impulsionado pela disparada nas ações da Petrobras e da Vale. No encerramento, tinha leve valorização de 0,28%, a 48.284 pontos. A mínima do índice aconteceu pela manhã, quando o Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano foi divulgado. O indicador avançou 2,1% na segunda prévia do terceiro trimestre deste ano, reforçando as expectativas do mercado em relação a uma possível alta dos juros dos Estados Unidos ainda em dezembro.
No destaque das ações, a Petrobras (PETR3, R$ 10,45, +6,09%; PETR4, R$ 8,50, +5,20%) acompanhou a forte alta do petróleo e disparou. No cenário interno da empresa, a Queiroz Galvão Exploração e Produção informou que pretende exercer seu direito de preferência para a compra do bloco BM-S-8, no pré-sal, caso a estatal decida se desfazer de parte de sua fatia, hoje correspondente a 66% do consórcio. A Vale também reverteu a tendência de queda e suas ações ordinárias (VALE3) subiram 1,54%, cotadas a R$ 14,47, enquanto as preferenciais (VALE5) avançaram 1,69%, a R$ 12,03.
Internamente, influenciaram as negociações deste pregão os trabalhos da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO) sobre a Lei Orçamentária de 2016. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), confirmou a existência de um acordo para que a Lei de Diretrizes Orçamentárias e o Projeto de Lei Nacional 5/15 sejam votados ainda neste semana.
Um pedido de vista coletivo também adiou, nesta terça, a discussão e votação do relatório preliminar do deputado Fausto Pinato (PRB-SP) que recomenda o prosseguimento da representação do Psol e da Rede no Conselho de Ética contra o presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O noticiário em torno da Operação Lava Jato também ganhou tensão, após a prisão do pecuarista José Carlos Bumlai.
Já no que diz respeito a indicadores econômicos, a Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio (Pnad) Contínua mostrou que a taxa de desemprego no Brasil foi a 8,9% no terceiro trimestre de 2015, em linha com as expectativas do mercado. Na comparação com igual período do ano passado, o índice se fixou em 6,8%.
Dólar fecha em queda, de olho no Fed
A divulgação dos dados revisados sobre o PIB norte-americano tiveram forte impacto sobre o câmbio e o dólar caiu 0,84%, cotado a R$ 3,704 na venda. O indicador aumenta as expectativas do mercado para uma elevação dos juros dos EUA no mês que vem pelo Federal Reserve.
Ainda que o início de um ciclo de aumentos graduais da taxa seja ruim para economias emergentes como o Brasil, e tendam a uma valorização do dólar frente a outras moedas, analistas avaliam que o momento agora é de entender o ritmo das elevações, e não o momento do primeiro aumento.
No mês, a moeda acumula queda de 4,11%. No ano, entretanto, a valorização ainda chega a 39,32%. A intervenção do Banco Central também teve seu papel na queda o dólar nesta terça. A autoridade anunciou o sétimo leilão de venda da moeda com compromisso de recompra neste mês.
A oferta de até US$ 500 milhões, que não tem o objetivo de rolar contratos já existentes, aconteceu em duas etapas, ofertando dólares com recompra em 2 de março de 2016 e em 2 de junho de 2016. O BC também deu continuidade a seu programa diário de interferência no câmbio, seguindo a rolagem de swaps cambiais com vencimento em dezembro. Até agora, foram rolados o equivalente a US$ 8,844 bilhões - cerca de 81% do lote total, que corresponde a US$ 10,905 bilhões.