O Banco Central Europeu (BCE) anunciou nesta quinta-feira (05) que decidiu retirar a isenção sobre "os instrumentos de dívida cotados, emitidos ou garantidos" pela Grécia. Na prática, é um bloqueio para o refinanciamento dos bancos do país que pode colocar em risco o programa para salvar a economia grega.
A medida começa a valer no dia 11 de fevereiro, semanas antes do fim do programa coordenado pela troika, o grupo constituído por inspetores da Comissão Europeia, do BCE e do Fundo Monetário Internacional (FMI), no dia 28. A isenção, introduzida em 2010, permitiu que os bancos gregos fizessem refinanciamentos usando como garantia os títulos de alto risco do governo. Ela valia apenas no caso da Grécia permanecer sob supervisão da troika.
Apesar da medida, o governo de Atenas minimizou a situação.
Segundo o Ministério da Economia, o BCE está fazendo pressão sobre os membros da União Europeia para fechar um acordo positivo para todos. A nota ainda informou que não há problemas "grandes" com o setor bancário do país.
A atitude do BCE tem como fundo a decisão do novo primeiro-ministro, Alexis Tsipras, de não renovar seu relacionamento com a troika e a levar adiante uma nova reestruturação do débito. Com isso, a entidade se moveu de maneira antecipada e, como um "deja vu" da crise anterior, envia um sinal duro para a Grécia: uma pausa nas reformas e na negociação sobre a dívida terá um preço altíssimo.
Ontem (04), o premier grego e seu ministro de Economia, Yanis Varoufakis, tiveram reuniões com os principais líderes do bloco econômico europeu para resolver a crise. Apesar do otimismo do governo, a Bolsa de Valores de Atenas opera em baixa de -9% com a decisão do BCE. (ANSA)