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Chefes de Estado se reúnem hoje em cúpula da Ásia-Pacífico

Japão e China tiveram reunião diplomática após 2 anos de gelo

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Começou nesta segunda-feira (10) o encontro dos líderes dos países-membros da Organização para Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec) em Pequim, na China.

    Barack Obama (EUA), Vladimir Putin (Rússia), Shinzo Abe (Japão) e o presidente chinês, Xi Jinping, já começaram as conversas e fizeram discursos sobre a economia e o futuro do bloco.

    Segundo a agência de notícias Nova Rússia, espera-se que na primeira reunião de hoje seja "discutido o aprofundamento da integração econômico-regional" e no almoço seguinte ao encontro, serão debatidos os temas de consolidação geral e o aperfeiçoamento da infraestrutura da região. Já para amanhã (11), a reuniões devem focar em investimentos. - China e Japão quebram o gelo: Após dois anos de poucos contatos entre o presidente chinês, Xi Jinping, e o seu homólogo japonês, Shinzo Abe, os dois tiveram uma reunião em que anunciaram diversas parcerias e melhorias em acordos. Segundo a Rádio da China, o anfitrião do evento afirmou que os dois países devem ter um "relacionamento estável e saudável".

    Ainda de acordo com a rádio, os chineses esperam que as relações bilaterais voltem a ser normalizadas e pediram que os japoneses cumpram compromissos já assinados há alguns anos. Já Shinzo Abe disse que o "desenvolvimento pacífico da China oferece importantes oportunidades ao Japão". Entre os pontos de discórdia na relação das duas nações, está o problema das ilhas Senkaku. Elas não são habitadas e são controladas por Tóquio, mas Pequim diz que elas pertencem aos chineses.

    Também foi assinado um acordo que aumenta o tempo dos vistos para visitas empresariais e de turistas para 10 anos. Já os estudantes estrangeiros poderão ficar no país escolhido por cinco anos - antes podiam apenas ficar por um ano.

    - Barack Obama: O presidente norte-americano, Barack Obama, fez seu primeiro discurso em território chinês e pediu que o país respeite os direitos humanos e a liberdade de imprensa. Porém, o mandatário elogiou a prosperidade chinesa e disse que não espera que eles sigam o modelo dos Estados Unidos para se desenvolver e crescer.

    Obama ainda lançou um apelo ao governo chinês para que eles participem da zona de livre comércio transpacífico (TPP) e que "removam os últimos obstáculos" para a iniciativa. A declaração foi dada após uma reunião com líderes de 12 países que estão dispostos a participar da área, mas não é só a China que está travando o início do bloco. O Japão também está relutante em abrir seu mercado agrícola, já que tem taxas de proteção que passam de 700%.

    Além disso, o mandatário norte-americano ainda pediu que o governo chinês "evite a violência" em Hong Kong, onde milhares de pessoas foram às ruas para pedir uma maior liberdade nas eleições e o governo de Pequim mandou reprimir os manifestantes.

    - Barack Obama x Vladimir Putin: O porta-voz de Vladimir Putin, Dmitri Peskov, não descartou reuniões entre o presidente russo e Barack Obama durante a Apec.

    "Isso pode acontecer aqui [em Pequim] ou ainda na Austrália", disse Peskov se referindo também ao encontro dos países-membros do G20, que ocorrerá entre os dias 15 e 16 de novembro.

    - Rússia: Putin também discursou antes das reuniões em Pequim e disse que o seu país pretende utilizar a Apec para ampliar as relações econômicas com a China, especialmente no setor de energia. Além disso, o russo quer atrair investidores ao país criando medidas de cooperação financeira entre Estado e empresas e também aquelas que diminuam o risco de aplicações no mercado da Rússia. Ele ainda afirmou que o débito estatal não passará de 15% do Produto Interno Bruto (PIB), mesmo com os embargos do Ocidente. A informação de Putin surge no mesmo dia que o Banco Central russo cortou as previsões de crescimento da economia do país.

    Segundo a entidade, o crescimento será nulo em 2015 por culpa das sanções dos países ocidentais, informou a agência Bloomberg.

    Também é esperado o dobro da fuga de capitais do país neste ano, chegando a US$ 128 bilhões.

    - China x Coreia do Sul:China e Coreia do Sul estão a um passo de firmar um acordo de livre-comércio que eliminará 90% das tarifas sobre os produtos vendidos entre os países. As discussões entre Xi Jinping e a presidente sul-coreana, Park Geun-hye, foram "substanciosas" e o acordo deve entrar em vigor até o fim do ano. Os chineses são os principais parceiros comerciais dos sul-coreanos e, em 2013, os negócios entre as duas nações movimentaram 183 bilhões de euros.(ANSA)