O El País, jornal espanhol, publicou nesta quarta-feira uma matéria alertando para dados do Eurostat que revelaram a caída de preços de países da Zona do Euro. No conjunto dos países, o índice de preços se situou em 0,5%, dois décimos a menos que em fevereiro. Algumas nações que apresentaram valores negativos foram Portugal (-0,4%), Espanha (-0,2%), Grécia (-1,5%) e Chipre (-0,9%).
A reportagem afirma que, segundo a Eurostat, isto pode ser explicado pela redução de preço no transporte,nas telecomunicações e nos combustíveis. Estes itens teriam reduzido sua taxa de 1,3% a 1,1%, frente a março do ano passado, porque naquele mês foi celebrada a Semana Santa. O feriado costumaria encarecer os produtos vinculados ao ócio, restauração ou viagens. Por isso, seria esperada uma recuperação dos preços nos próximos meses.
Exatamente por esta previsão, a reportagem aponta, o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, não promoveu nenhuma medida contra o risco de deflação, mas garantiu que o conselho executivo é unânime sobre a necessidade de debater uma resposta caso os preços sigam caindo. O autor destaca que o FMI advertiu que a Espanha é o país com o maior risco de deflação. O Fundo também sinalou que, devido ao fraco crescimento e a inflação muito baixa, são necessários mais estímulos monetários para alcançar os objetivos de inflação do Banco Central Europeu, por volta de 2%.
Um dos problemas da deflação é dificultar a redução das dívidas, já que provoca uma taxa de juros mais alta, o que cria a necessidade de dedicar mais recursos para pagá-las e os retira de outras atividades que ajudariam o crescimento. De acordo com Draghi, os únicos países da Zona do Euro que estão fora de perigo são Finlândia (1,3%), Áustria (1,4%) e Malta (1,4%).