No final da vida, a Volkswagen Parati não emplacou nenhuma unidade em março. É o primeiro mês sem vendas do utilitário pelo menos desde 2002 - segundo dados publicados pela Fenabrave. A station wagon deixou de ser fabricada no início do segundo semestre de 2012, quando completou 30 anos no mercado nacional, e as últimas unidades podem ter sido vendidas em fevereiro.
Desde outubro do ano passado, o modelo não aparece mais no site de vendas da Volkswagen. Naquele mês ainda foram emplacadas 213 unidades, mas já em novembro foram 34, em dezembro apenas 11. Em 2013, a Parati deve ter seu adeus definitivo com 23 unidades em janeiro e outras 4 no mês seguinte.
As vendas já vinham definhando desde 2008 - ano em que o Gol alcançou a quinta geração, mas a Parati ficou estagnada, privilegiando o posicionamento do SpaceFox no mercado. Naquele ano, 17.766 unidades chegaram às ruas. No ano seguinte, o número não atingiu nem metade (8.173), caindo para 7.025 em 2010, 4.835 em 2011 e 2.465 no ano passado. A esperança dos fãs é de que o modelo seja revivido na família do compacto Up!, que deve chegar ao Brasil ainda em 2013.
História
"A station mais jovem do País" foi o slogan utilizado nos áureos anos que sucederam seu lançamento, em 1982. Derivada do Gol, o utilitário chamava a atenção pelo visual com suas três versões: S, LS e GLS - todas com motor 1.6 l refrigerado a água. As concorrentes na época eram Chevrolet Marajó, Fiat Panorama e Ford Belina.
Em maio de 1988, a marca ampliou as opções, colocando à venda a nova versão GLS com motor 1.8 l e visual ainda mais esportivo, com rodas de alumínio, faróis de neblina, e bancos dianteiros da marca Recaro. Em setembro de 1990, ela recebeu nova frente, novos faróis, lanternas, capô, grades e para-lamas. Mas a grande mudança aconteceu mesmo quando surgiu a nova geração do Gol, em outubro de 1995, logo a Parati também se modernizou.
A segunda geração da perua trouxe muitas inovações, como a entrada do motor 2.0 l de 8V com injeção eletrônica, além do 1.6 l e 1.8 l, e a entrada de freios ABS como item opcional. Em julho de 1997, outra novidade: a chegada da versão GTI 2.0 l 16V, com potentes 145 cavalos marca os 15 anos de produção da Parati. Só que, na mesma época, a Fiat estreia o Palio Weekend, que passa a tomar uma boa fatia de vendas do modelo.
A reação só ocorre em maio de 1999, quando a terceira geração do Gol obriga a Parati a adotar o novo visual. As vendas foram impulsionadas com o motor 1.6 l flex em 2004. Depois de mais um face-lift, que acompanhava as mudanças do Gol, a Parati ainda era a perua da Volkswagen. Até 2006. Em vez de renovar o modelo, a fabricante lançou o SpaceFox, derivada do Fox. Sem ganhar atualização com o novo Gol em 2008, a Parati era oferecida nas versões 1.6 l e 1.6 Surf, a partir de R$ 42.810 e R$ 51.050, antes de sumir do site da montadora.