As remessas de lucros e dividendos ao exterior recuaram 44,4% nos nove primeiros meses deste ano, para US$ 15,35 bilhões, informou nesta terça-feira o Banco Central (BC). Segundo a autoridade monetária, as remessas, no mesmo período do ano passado, somaram US$ 27,66 bilhões.
O déficit em transações correntes somou US$ 2,6 bilhões no mês e US$ 34,1 bilhões no ano, até setembro, patamar inferior ao registrado no mesmo período de 2011, US$ 36,7 bilhões. Diante deste cenário, nos doze meses encerrados em setembro, as transações correntes acumularam déficit de US$ 49,9 bilhões, equivalente a 2,15% do Produto Interno Bruto (PIB). Já a conta financeira registrou superávit de US$ 2,5 bilhões no mês, com destaque para o ingresso líquido de US$ 4,4 bilhões em investimentos estrangeiros diretos (IED).
Com isso, a conta de serviços apresentou déficit de US$ 3,5 bilhões em setembro, ante US$ 3,1 bilhões no mesmo mês de 2011. O gasto líquido com viagens internacionais somou US$ 1,3 bilhão, redução de 2,2% ante o observado em setembro de 2011, apresentando recuos de 11,9% nos gastos de estrangeiros no país e de 4,9% nos gastos de turistas brasileiros no exterior. As despesas líquidas com transportes totalizaram US$ 740 milhões, contração de 5,5%, na mesma base de comparação. O gasto líquido com serviços de computação e informações atingiu US$ 235 milhões, 11,2% inferior ao resultado de setembro de 2011. As despesas líquidas com aluguel de equipamentos atingiram US$1,5 bilhão, elevação de 9,4% na comparação a igual mês do ano anterior. As despesas líquidas de royalties e licenças somaram US$ 348 milhões, crescimento de 22,9%, na mesma base de comparação.
Os investimentos brasileiros diretos no exterior registraram aplicações líquidas de US$ 1,1 bilhão no mês. A participação no capital de empresas no exterior somou, liquidamente, aplicações de US$ 760 milhões, enquanto as concessões líquidas de empréstimos a empresas no exterior, pelas matrizes no Brasil, atingiram US$ 326 milhões.
O ingresso líquido de IED atingiu US$ 4,4 bilhões em setembro, composto por US$ 2,9 bilhões na modalidade participação no capital e US$ 1,5 bilhão em desembolsos líquidos de empréstimos intercompanhias. Em doze meses, até setembro, os ingressos líquidos de IED somaram US$ 63,9 bilhões, equivalentes 2,75% do PIB.
Com isso, os investimentos estrangeiros em carteira apresentaram ingressos líquidos de US$ 983 milhões em setembro. As saídas líquidas referentes a ações alcançaram US$ 1,2 bilhão. No mercado doméstico, os títulos de renda fixa proporcionaram ingressos líquidos de US$ 736 milhões, acumulando US$ 4,1 bilhões no ano, até setembro. Os ingressos líquidos referentes a bônus da República atingiram US$201 milhões, destacando-se a colocação do bônus Global 23, US$ 1,4 bilhão, e a amortização do Euro 12, US$ 1,1 bilhão. Os ingressos líquidos em notes e commercial papers, títulos de renda fixa emitidos pelo setor privado e colocados no exterior, somaram US$ 1,3 bilhão no mês. Não houve operações em títulos de renda fixa de curto prazo, negociados no exterior.
Contudo, os outros investimentos brasileiros no exterior registraram aplicações líquidas de US$ 2,1 bilhões em setembro. Houve retorno de depósitos de bancos brasileiros, US$ 612 milhões, e expansão de depósitos de empresas não financeiras, US$ 287 milhões. As concessões líquidas de empréstimos e créditos comerciais de curto prazo ao exterior somaram US$ 2,4 bilhões no mês, acumulando US$ 9,1 bilhões no ano.
Para finalizar, os outros investimentos estrangeiros no País registraram ingressos líquidos de US$ 926 milhões em setembro. Os créditos comerciais de curto prazo apresentaram amortizações líquidas de US$ 439 milhões. Os empréstimos de longo prazo totalizaram desembolsos líquidos de US$ 1,6 bilhão, com destaque para os ingressos líquidos de empréstimos diretos e de agências, US$ 1,5 bilhão e US$ 670 milhões, na ordem. No mês, os empréstimos de curto prazo registraram amortizações líquidas de US$ 10 milhões.