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BC: Brasil tem que ter ousadia para reduzir meta de inflação

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O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, disse nesta terça-feira que, no futuro, o governo brasileiro precisa ter ousadia para reduzir o centro da meta de inflação que, atualmente, é de 4,5%. Tombini participou nesta terça de uma audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, onde explicou os rumos e desafios da economia brasileira e respondeu a perguntas dos parlamentares.

Apesar de defender uma meta menor para a inflação, o presidente da autoridade monetária não disse qual seria o percentual ideal. Na última semana, uma resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) manteve a meta de inflação em 4,5% até 2013.

"O Brasil tem que ter ousadia de, no futuro, pensar numa convergência menor. Não foi o momento de fazer isso agora, foi uma decisão unânime do CMN de deixar como está em 2013. Estamos lidando com a segunda volta da crise no cenário exterior, temos as consequências dos excessos de 2007 e 2008 e a forma de enfrentar é jogar muita liquidez no mercado. Vimos os volumes de liquidez que foram jogados, as políticas monetárias que ainda estão em vigor, há duvidas sobre o desdobramento disso sobre a inflação global, o que vimos foi ela subindo indiscriminadamente", disse.

Alexandre Tombini disse, ainda, que a inflação começa a ceder e que há certeza de que ela vai convergir para o centro da meta, que é de 4,5%. "Em 2013 ainda teremos os efeitos da pior crise financeira dos últimos 80 anos. Alguns países vão chegar à conclusão de que a meta de inflação deve aumentar, nós temos que ter ousadia de ter meta de inflação menor", afirmou.

Na semana passada, o BC elevou a previsão de inflação para 2011 de 5,6% para 5,8% ao ano, e também para 2012, que passou de 4,6% para 4,8%. A expectativa de atingir o centro da meta ficou apenas para o segundo trimestre de 2013, quando a previsão é de que a inflação seja de 4,4%.