Em meio às sanções impostas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas à Líbia, a embaixada do Brasil em Trípoli foi atingida pelas limitações de repasses financeiros e vive dificuldades. Sem condições de sacar o dinheiro para a manutenção da embaixada, o Ministério das Relações Exteriores determinou que um portador leve pessoalmente os recursos ao embaixador.
Por motivo de segurança, o ministério não informa a quantia que será transportada nem detalhes sobre a viagem do portador à Líbia. Nos úlimos dias, o embaixador do Brasil no país, George Ney de Souza Fernandes, único diplomata brasileiro que permanece na Líbia, relatou ao Itamaraty os problemas decorrentes da falta de condições para saques e manutenção da representação em Trípoli.
No dia 27 de fevereiro, o conselho aprovou a resolução impondo as sanções ao Irã. Na ocasião, a embaixadora do Brasil nas Nações Unidas, Maria Luiza Ribeiro Viotti, condenou o uso de violência na região. A medida impede que instituições estrangeiras operem com os líbios e isso acabou atingindo a Embaixada do Brasil.
O comando da representação brasileira não consegue sacar o dinheiro depositado no Banco do Brasil por meio do escritório do Ministério das Relações Exteriores nos Estados Unidos. É o efeito colateral da sanção bloqueando os repasses para a embaixada brasileira.
Em meio ao agravamento da crise na Líbia, o embaixador do Brasil decidiu retirar os funcionários brasileiros da representação e enviá-los para Roma, na Itália. O objetivo é que os diplomatas e demais servidores sejam mantidos fora do território líbio até a normalização da situação. Segundo Fernandez, a ideia é garantir a integridade física de todos.
Desde o último dia 19, forças da coalizão ¿ lideradas pelos Estados Unidos, França e Grã-Bretanha - atacam o país por via aérea. Paralelamente, os grupos fiéis ao presidente líbio, Muammar Kadafi, mantêm os enfrentamentos aos avanços da oposição. Há relatos de violação de direitos humanos e mortes de civis.