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Países do Bric se unem contra ricos em principais pontos do G20

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Na tentativa de aproximar as posições que serão defendidas entre o chamado Bric (Brasil, Rússia, Índia, China e, agora África do Sul) na cúpula do G20, os países emergentes reuniram-se nesta sexta-feira à tarde, em Paris, onde acontece a primeira reunião ministerial do grupo neste ano. Os ministros da Economia e presidentes de bancos centrais dos 20 países mais ricos do mundo tentam alinhavar um acordo para a cúpula, que acontece em novembro em Cannes, na França, com a presença dos chefes de Estado e de governo.

"Caminhamos juntos para uma posição comum, para discutir com os outros países", afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, na saída da reunião com os emergentes. Os emergentes estão lado a lado em questões como o apoio ao livre acúmulo de reservas e à liberdade de definições nacionais sobre o controle fluxo de capitais, ao contrário do defendem países como a França, a anfitriã do evento.

A acumulação excessiva de reservas é vista como um fator de desequilíbrio da economia mundial, na opinião dos franceses, mas os emergentes defendem o direito de manter essa ferramenta como uma forma administração macroeconômica. O Brasil tem U$S 300 bilhões em reservas acumuladas.

Já o controle de fluxos de capitais é visto como uma medida protecionista, mas da qual o Bric não abre mão. Os dois pontos serão ser os principais focos de atrito entre os ricos e os emergentes, no que poderia ser a razão do bloqueio de um acordo. "Não somos favoráveis a medidas compulsórias de controle de fluxo de capitais, mas sim de recomendações que poderão ser feitas para os países que estiverem com superávit excessivo."

Outros pontos, no entanto, provocam divergências entre os emergentes, como a política monetária. O principal deles é em relação ao câmbio: o Brasil é contrário à subvalorização da moeda chinesa, o iuan, promovida propositalmente pelo governo chinês para aumentar a competitividade de sua economia.

"Mas o país asiático não é o único a intervir no câmbio, não podemos esquecer", destacou o ministro, referindo-se à China. Neste ponto, os brasileiros se alinham à posição americana, que tentam barrar a prática a sobrevalorização de moedas como o dólar, o euro ou o real em relação à divisa chinesa. Uma novidade no grupo dos emergentes é que a África do Sul passou oficialmente a fazer parte do grupo e já participa ao lado do Bric na reunião de amanhã.