O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou hoje (30) duas medidas provisórias: a que reajusta o salário mínimo de R$ 510 para R$ 540, a partir de 1º de janeiro , e a que cria facilidades para crédito de longo prazo.
A informação foi dada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, após despachar com o presidente, no Palácio do Planalto, no início da tarde. O áudio da conversa com os jornalistas foi divulgado pela assessoria do ministro.
Mantega disse que encontrou o presidente satisfeito com o desempenho da economia em seus oito anos de governo. Segundo o ministro, ele destacou o recorde das exportações brasileiras, que devem ultrapassar US$ 200 bilhões neste ano, e o fechamento de mais de 1 milhão de contratos para construção de moradias do programa Minha Casa, Minha Vida.
O ministro ressaltou também que o cenário econômico está amplamente favorável à continuação do crescimento sustentado do país. Citou, como exemplo, o fato de a inflação estar sob controle, apesar das pressões inflacionários observadas no início deste ano e nos últimos meses, em grande parte devido aos aumentos de preços dos alimentos.
Ele afirmou que “não há condições da inflação sair da meta”, cujo centro é 4,5%, podendo flutuar entre 2,5% e 6,5%. De acordo com o boletim Focus, divulgado na última segunda -feira (27) pelo Banco Central, a expectativa dos consultores financeiros da iniciativa privada é de que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) feche o ano em 5,90%.
Mantega disse ainda que as expectativas são de redução do nível de atividade em 2011, comparado a este ano, que ter á crescimento entre 7,5% e 7,7%. Mas salientou que também haverá redução dos gastos públicos para cumprimento integral da meta de superávit primário (economia para pagamento dos juros da dívida).
“Cumpriremos o superávit primário estabelecido para 2011, e a relação dívida/PIB [Produto Interno Bruto], que está levemente acima de 40%, vai fechar o ano que vem abaixo de 38%, certamente. Poderemos fazer mais do que a meta”, afirmou.
Dieese defende mínimo de R$ 543
O valor do novo salário mínimo aprovado no Orçamento para vigorar a partir de 1º de janeiro do próximo ano deveria ser de R$ 543, para o ganho real não ter perda em relação à inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou estudo divulgado pelo Departamento Intersindical de Estudos Econômicos, Sociais e Estatísticos (Dieese) nesta quinta-feira.
A variação do INPC para 2010 foi estimada em 6,47%, enquanto a variação nominal do mínimo entre 2010 e 2011 deve ser de 5,88%. Com isso, o salário mínimo teria uma retração de 0,55% ante o índice no período, segundo o Dieese.
De acordo com cálculos da entidade, cada aumento de R$ 1 no salário mínimo significa um acréscimo de R$ 249,3 milhões ao ano na folha de benefícios da Previdência. O custo adicional de um aumento para R$ 543, então, representaria custo adicional de R$ 8,22 bilhões ao ano, contra R$ 7,47 bilhões com o salário reajustado aos R$ 540 aprovados.
* Atualizado às 19h