Mantendo a rotina, o Banco Central (BC) comprou dólares no mercado à vista a uma taxa média de R$ 1,7696.
A sexta-feira foi de volatilidade no mercado cambial, certamente por que há pressões de demanda e os bancos não desejam deixar o preço de a moeda americana ajustar-se em alta.
Para Sidnei Moura Nehme, diretor executivo da NGO o cenário externo tem perfil estimulante para que a demanda venha a se acentuar. "Quando observamos o preço futuro de dólar constatamos que para janeiro já ultrapassou os R$ 1,80 projetados pelo boletim Focus para o final do ano, apontando preço acima de R$ 1,83", friza.
No mercado futuro observa-se que os "hedge funds" estão reduzindo suas posições "vendidas", o que é um indicativo que estão desestimulados a apostar no real, até porque o Banco Central (BC) já deu sinais de que não utilizará os "swaps cambiais reversos", que tecnicamente tem enorme poder de apreciar o real, opostamente a versão teórica do instrumento.
Nehme explica ainda que o montante de posição "vendida" pelos bancos foi diretamente formada a partir das compras do BC com seus leilões de compra diários, o que contraria a declaração costumeira do BC de que atua para retirar os excedentes.
Vale ressaltar que os bancos estão conseguindo "administrar" este desconforto, provavelmente esperando uma definição sobre a capitalização da Petrobras que poderá provocar melhora acentuada e pontual do fluxo cambial. "Mas nos parece bastante consistente a tendência de uma taxa cambial mais próxima de R$ 2,00 do que dos R$ 1,80 ao final do ano, que tem sido a projeção do boletim Focus", avalia o executivo.
Na Europa, bons números foram revelados, com o Produto Interno Bruto (PIB) da Zona do Euro tendo crescido 1,0% no segundo trimestre deste ano, mas sem conseguir animar as bolsas.
Já nos Estados Unidos, o dado mais aguardado da sessão veio praticamente em linha com as previsões dos analistas. As vendas no varejo no país subiram 0,4% em julho ante o mês anterior. Já o indicador que avalia a confiança do consumidor chamou atenção, segundo analistas. O índice atingiu 69,6 pontos em agosto, frente pontuação de 67,8 pontos no mês passado. Mesmo assim, o número ficou um pouco abaixo das expectativas dos economistas.
Por aqui, um dos destaques fica com a Petrobras (PETR4, PETR3). No dia previsto para o anúncio de seus resultados, que deverão ser revelados somente após o fechamento do pregão, a estatal é notícia por ter encontrado novos indícios de gás e petróleo em bloco localizado em terra, no estado do Espírito Santo.
(Maria de Lourdes Chagas - Agência IN)